A influenciadora digital e locutora, Damares Oliveira, que viralizou no Instagram com a personagem 'Bispa Cráudia' afirmou se sentir "amordaça" pelo candidato a prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL). Alvo de dois processos de Abilio por vídeos publicados nas redes sociais e condenada ao pagamento de R$ 10 mil de multa, Damares protagoniza uma queda de braço nos tribunais contra o candidato.
Ao HNT, ela disse que não pretende recuar do confronto com a extrema direita pois avalia Abilio como um nome "despreparado" e "desavisado", sendo um risco para a capital mato-grossense.
Damares presidiu o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo. Foi baseada em sua experiência defendendo os direitos dos menores que criticou o discurso de Abilio na Câmara Federal, em Brasília, ao justificar seu voto favorável a "Lei do Aborto", que penalizaria mulheres vítimas de estupro que optassem por interromper a gravidez. À época, Abilio argumentou que era comum adolescentes de 13 anos serem mães. A declaração motivou a influenciadora a se posicionar na internet.
"Quem impõe uma censura são eles. Me sinto sim amordaçada e assediada", afirmou a influenciadora digital ao HNT
"Você não ve o vídeo do Abilio Brunini na grande imprensa falando que acha natural crianças de 13 anos serem mães por que antigamente se constituía famílias e não era considerado estupro de vulnerável porque a lei não considerava isso. Agora, por conta do Estatuto da Criança e do Adolescente, qualquer pessoa que tenha relação sexual com uma criança, é considerada estupro de vulnerável", falou influenciadora nesta quinta-feira (24), com exclusividade ao Hipernotícias.
"Eu que já fui presidente do Conselho da Criança e Adolescente expus a minha opinião dizendo que é um absurdo. Ele está defendendo o estupro do vulnerável porque é o que diz a lei", continou à reportagem.
Reprodução/Instagram
REPERCUSSÃO INESPERADA
O post despertou os mais de 29 mil seguidores de Damares que comentaram e compartilham em massa até chegar em Abilio. Porém, ela não esperava essa repercussão.
"Não acreditei que isso fosse gerar toda essa polêmica. Tomei um susto, fiquei duas noites sem dormir", expôs.
A influenciadora recorre no Supremo Tribunal Federal (STF) das sentenças proferidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). Embora tenha nomeado um advogado, seguindo os trâmites legais, ela sente que seu direito foi cerceado.
A citação do TRE-MT para que Damares manifestasse sua defesa foi feito na tarde de 11 de outubro, que caiu em uma sexta-feira, após o horário do almoço. A Justiça Eleitoral concedeu a ela 48 horas, contando o feriado e o domingo, inviabilizando que acionasse a Justiça gratuita.
"Eu não tive condições se quer de conduzir a minha defesa à Justiça gratuita a qual eu tenho direito. Tive que levantar uma vaquinha nas redes sociais para pagar um advogado", esclareceu.
ASSÉDIO JURÍDICO
No segundo processo de Abilio contra Damares, o candidato afirma ter se sentido ofendido ao ser apelidado de "aeroporto de mosquito", ser comparado ao 'Majjin Boo', personagem da série Dragon Ball Z, e 'Tio Chico' da franquia Família Addams. "É um processo bastante surreal", avalia a influencer.
"Não acreditei que isso fosse gerar toda essa polêmica"
Neste vídeo, ela menciona a amiga, Tuka, também processada por Abilio ao chamá-lo de palhaço e ignóbio - alguém que infringe as leis morais - por ter participado de CPI do 8 de Janeiro, em Brasília, sem traje formal. Na sessão, Abilio se desentendeu com a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) que apontou o colega por comparecer ao Legislativo com "aerolook".
"Apenas expus que ele estava processando uma colega nossa pois ela o chamou de ignóbio e palhaço. Isso é uma liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal que eles tanto bradam e batem no peito que querem liberdade de expressão e falam que o Brasil vive uma censura, mas quem impõe uma censura são eles. Me sinto sim amordaçada e assediada, judicialmente, inclusive. É como eu me sinto", desabafou a influenciadora.
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