A Justiça mato-grossense concedeu prisão domiciliar a Kauany Pereira da Silva, suspeita de gerenciar atividades do Comando Vermelho e estar envolvida nas práticas de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Medida justificou-se pela condição de gestante da detenta, que já estava no fim do segundo trimestre da gravidez quando foi para a cadeia. Além disso, Kauany também é mãe de um bebê de um ano de idade que foi encaminhado a um abrigo.
Kauany é apontada nos autos principais como gerente do CV. Além do tráfico de drogas, ela teria injetado mais de R$ 48,1 mil na facção criminosa por meio da prática de lavagem de dinheiro conhecida como 'smurfing', quando os criminosos fazem depósitos fracionados a laranjas para dissimular a origem ilícita dos valores.
A prisão preventiva de Kauany foi decretada em junho deste ano com base na gravidade dos crimes, na periculosidade dos investigados e na garantia da ordem pública. Contudo, a defesa dela entrou com recurso pleiteando a concessão de domiciliar garantida em lei para mães com filhos menores de 12 anos de idade e que não estejam envolvidas em crimes com emprego de violência.
Quando foi presa, Kauany deixou para trás um bebê de um ano que foi encontrado em situação degradante pelo Conselho Tutelar num bar de Vila Rica (1266 km de Cuiabá), sem roupas, sujo e se alimentando de lama. Depois disso, ele foi encaminhado para um abrigo, onde não tem contato com a família.
Embora exista uma ação pela guarda do menino movida por uma tia-avó da suposta gerente do CV, o magistrado considerou a importância do convívio familiar para o desenvolvimento da criança.
"Sopesadas a condição de gestante da paciente, a vulnerabilidade do seu filho [acolhido em instituição e afastado do convívio família] e o endereço certo, sob grau e fé do impetrante, impõe-se a prevalência dos princípios da proteção integral e do melhor interesse da criança (CF, art. 227), em face do pressuposto da garantia da ordem pública", entendeu o desembargador relator, Marcos Machado.
A ordem para transferência de Kauany à domiciliar foi emanada para cumprimento da 7ª Vara Criminal de Cuiabá que despachou com urgência o pedido para emissão de alvará e expedição de mandado de domiciliar.
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