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Justiça Sábado, 18 de Janeiro de 2025, 08:00 - A | A

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DOIS ANOS DEPOIS

Julgamento de Carlinhos Bezerra segue sem data definida

Réu confesso dos assassinatos de sua ex-companheira, Thays Machado, e do namorado dela, Willian Cesar Moreno, Carlinhos recorreu até o STJ para tentar impedir o julgamento

ANDRÉ ALVES
Redação

Em prisão preventiva na Penitenciária Central do Estado (PCE), Carlos Alberto Gomes Bezerra, o “Carlinhos Bezerra”, segue sem saber quando enfrentará o Tribunal do Júri pelo assassinato de sua ex-companheira, Thays Machado, e do namorado dela, Willian Cesar Moreno. O crime aconteceu há dois anos, no dia 18 de janeiro de 2023, em frente ao edifício Solar Monet, em Cuiabá.

Motivado por ciúmes e por não aceitar o término de seu relacionamento, Carlinhos, que é filho do ex-deputado federal e ex-governador de Mato Grosso, Carlos Bezerra, atirou no casal de dentro do seu veículo. Thays foi atingida por três tiros, e William, por dois disparos. Antes do duplo homicídio, Thays já havia registrado boletim de ocorrência relatando ameaças, inclusive uma feita verbalmente no Aeroporto Marechal Rondon.

Carlinhos tentou, desde sua prisão em flagrante, vários recursos para evitar seu julgamento por feminicídio, crime praticado pelo fato de a vítima ser mulher, frequentemente motivado por ódio, desprezo, prazer ou sentimento de posse. Ele pode ter a pena aumentada se o júri considerar qualificadoras como o motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas.

A última tentativa de Carlinhos Bezerra de evitar o Tribunal do Júri se encerrou em novembro de 2024, ao ter um recurso rejeitado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deu prosseguimento ao processo, suspenso por cerca de sete meses.

Carlinhos também teve outras derrotas na Justiça. Ele teve a prisão domiciliar concedida no final de 2023, com base nos argumentos da defesa sobre seu estado de saúde debilitado, tanto físico quanto psicológico. No entanto, voltou à prisão preventiva em fevereiro de 2024 por descumprir as medidas cautelares, saindo de casa sem autorização e frequentando estabelecimentos acompanhado de seguranças armados.

Em novembro de 2024, a Justiça negou outro pedido de prisão domiciliar após uma cirurgia de catarata, alegando que o presídio não possui as condições de higiene necessárias para sua recuperação.

Nesta quarta-feira (15), a desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho negou recurso de Carlinhos, que queria deixar de pagar pensão de R$ 4 mil a Denise Jorge Machado e Thyago Jorge Machado, mãe e irmão de Thays. Ele alegou ausência de renda financeira e dificuldade de conseguir trabalhos devido à sua condição de saúde e ao fato de estar preso.

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