Gabriela Batista Tavares enfrentará julgamento pelo Tribunal do Júri de janeiro em Cuiabá nesta quinta-feira (30). Ela é acusada de espancar Rodolfo da Silva Costa, 32 anos, em frente ao bar "Legenda 56", no bairro Jardim Europa, em agosto de 2021. Segundo a acusação, a ré bateu a cabeça da vítima contra a calçada até deixá-la inconsciente, resultando em sua morte três dias depois no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Segundo relatos de testemunhas, a discussão entre os envolvidos teve início dentro da casa noturna e se intensificou do lado de fora. O estopim da briga teria sido um episódio de ciúmes de Rodolfo ao ver Gabriela receber uma bebida oferecida por outro homem. O conflito rapidamente escalou para agressões físicas.
Na época do crime, Gabriela relatou que Rodolfo a segurou pelos cabelos e lhe deu um tapa. Em troca, ela deu um soco em seu queixo, momento em que ele se desequilibrou e caiu no chão. Nesse instante, ela teria iniciado os golpes.
"[...] quando Rodolfo estava no chão, a interroganda foi para cima dele e ‘montou’ na vítima já caída, ficando em cima de sua barriga com os joelhos no chão; que havia ingerido muita bebida alcoólica e estava furiosa e então segurou com as duas mãos a cabeça de Rodolfo e a bateu várias vezes contra o chão, de ‘vários jeitos’", diz trecho do inquérito.
No entanto, em outro depoimento, ela alegou apenas ter "montado" nele para desferir tapas e que apenas teria "segurado" a cabeça dele.
Ainda de acordo com os relatos, Gabriela, furiosa, imobilizou Rodolfo e passou a bater sua cabeça violentamente contra o solo. Um vigilante que trabalhava nas imediações relatou ter visto Gabriela desferindo tapas e socos na vítima, bem como o uso de um objeto cortante, possivelmente um caco de vidro. Entretanto, em juízo, esse mesmo vigilante afirmou que Rodolfo caiu sozinho e desmaiou após tropeçar na calçada.
Após deixá-lo inconsciente, Gabriela fugiu sem prestar socorro. O atendimento médico demorou a ser acionado e, inicialmente, a vítima foi considerada apenas como um indivíduo embriagado dormindo na calçada. Somente horas depois, Rodolfo foi encaminhado ao hospital, onde permaneceu internado até sua morte, constatada em 3 de setembro, por traumatismo cranioencefálico.
A investigação policial apontou contradições nos depoimentos de Gabriela. Em um primeiro momento, ela admitiu ter golpeado a cabeça de Rodolfo contra o chão, mas depois mudou a versão, negando as agressões e atribuindo a queda da vítima a um tropeço acidental.
No julgamento pelo Tribunal do Júri, Gabriela enfrentará a acusação de que assumiu o risco de matar Rodolfo ao golpear sua cabeça contra o chão e fugir do local sem pedir socorro. A defesa, por sua vez, tenta desclassificar a conduta, alegando que se tratou de um infortúnio decorrente de uma briga.
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