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Justiça Segunda-feira, 09 de Maio de 2022, 13:42 - A | A

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Segunda-feira, 09 de Maio de 2022, 13h:42 - A | A

INQUÉRITO ARQUIVADO PELO MPF

Conselheiro afirma que seu envolvimento na denúncia tem motivação essencialmente política

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda, Antônio Joaquim disse que Pedro Taques colheu o que plantou quando perdeu as duas últimas eleições

ALEXANDRA LOPES e NATACHA WOGEL

Para o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) Antônio Joaquim, seu afastamento da Corte em 2017 foi por motivação essencialmente política. Colocando-se como alvo de uma trama escrita pelo ex-governador Pedro Taques (SD) e pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Joaquim reforçou que o ex-governador Silval Barbosa denunciou aproximadamente 200 “CPFs” e CNPJs, mas apenas os membros do Tribunal sofreram sanções no âmbito da 'Operação Malebolge'.


As declarações foram dadas na manhã desta segunda-feira (9), quando o conselheiro concedeu entrevista coletiva para comentar sobre o arquivamento pelo Ministério Público Federal (MPF) de inquérito em que figurava sob a denúncia de lavagem de dinheiro e corrupção.


Além dele, José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida foram afastados de suas funções após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Todos os cinco membros do TCE, já devidamente reintegrados aos cargos, foram afastados do Tribunal após serem citados na delação premiada do ex-governador, que foi prestada à Procuradoria Geral da República (PGR).


A tese de Joaquim ganha força após se atentar que as datas do anúncio de sua pré-candidatura para disputar o governo em 2018 eram relativamente próximas ao momento da deflagração da operação. Ele destacou ainda que o ex-governador Pedro Taques também não assinou sua aposentadoria para se lançar como candidato.

“Eu anunciei a minha pré-candidatura dia 29 de agosto. Dia 3 de setembro, ele pressionou meu afastamento. Dia 12, eu anunciei que ia aposentar, protocolei aposentadoria. Dia 14, houve a operação, que foi a busca e apreensão. Os outros colegas que foram afastados têm um inquérito sobre uma série de coisas que Silval falou de delação. Mas o ex-governador, é bom que se diga, ele delatou entre CPF e CNPJ umas 200 pessoas. Só nós cinco fomos penalizados”, falou Antônio Joaquim.


“Eu já admiti para os colegas: nós só fomos afastados por causa da minha pré-candidatura. Senão, estava como os outros: com inquérito aberto, sendo investigado, normalmente, como é a democracia. Mas a penalidade não podia me tirar sozinho, tinha que tirar todos. Não estou defendendo nenhum conselheiro de inocência, de nada. Estou dizendo que o afastamento foi essencialmente político. É fácil de entender isso. Porque das 200 pessoas que o ex-governador delatou ninguém foi penalizado até hoje, cinco anos depois. Só nós! É porque tinha um motivo. Era um conluio de Janot e Pedro Taques. Duas almas maldosas”, reforçou.


Usando o ditado ‘a gente colhe o planta’, o conselheiro também atribuiu as duas derrotas de Taques, sendo a primeira a tentativa de reeleição em 2018, quando Mauro Mendes (UB) teve 840.094 votos, e Wellington Fagundes (PL) 280.055 e Pedro apensas 271.952, ao que ele, Taques plantou. Em 2020, ele também saiu derrotado das eleições suplementares para o Senado.


“Sempre você colhe o que planta. Pode colocar na sua convicção, princípio de vida, o sujeito que plantou tomate, ele colhe tomate. Eu só quero que ele cuide da vida dele. E eu cuido da minha. Ele para mim não existe mais”, resumiu.

Antônio Joaquim conclui dizendo que não deve, por enquanto,  mover alguma ação contra Pedro e Janot.

OUTRO LADO

Procurado, o ex-governador Pedro Taques disse que não irá comentar as declarações.

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