O ex-secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa), Neri Geller (PP), afirmou que está "tranquilo" para prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Arroz na Câmara dos Deputados, caso seja convocado. Geller disse que não terá dificuldades de tornar público o que tem falado nos bastidores de Brasília e assegurou que não sairá "atirando". O deputado federal tenente-coronel Luciano Zucco (Republicanos-RS) é autor do pedido da CPI e até o momento coletou 100 assinaturas, conforme divulgado pelo "O Antagonista". São necessárias 171 assinaturas para que o procedimento seja instalado.
"O que estou falando aqui, eu hoje comentava com uma pessoa que aquilo que falo em 'off', posso falar 'on'. Não tenho nenhuma dificuldade do que falo no privado, externalizar para fora. Se eu for convocado, irei com muita tranquilidade. Não vou sair atirando, até porque não houve nenhuma má fé", falou o ex-secretário à Jovem Pan nesta quarta-feira (12).
Neri foi exonerado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), que justificou o ato por Geller começar a ser relacionado a supostas fraudes no leilão do arroz. Isso porque, o ex-assessor de Neri, Robson França, é proprietário da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso, que arrematou 44% dos lotes do certame.
Também chegou a ser ventilado que o filho do ex-secretário, Marcelo Geller, possuía sociedade na corretora, mas de acordo com Robson, Neri e o próprio ministro da Agricultura, a parceria não chegou a vigorar e não se deu no mesmo CNPJ da empresa participante do leilão.
Na entrevista à Joven Pan, Geller reiterou que o desligamento não foi "a pedido" conforme exposto por Fávaro, porém, colocou panos quentes no suposto distanciamento entre eles e negou que se sinta traído.
"Sou muito tranquilo com relação a isso. Não sou apegado a cargo, não faço política olhando para trás. Estou muito tranquilo, bola pra frente, continuo torcendo para que o governo dê certo, admiro o presidente Lula", frisou. "Não me sinto traído, estou muito tranquilo, saio de cabeça erguida", emendou Neri Geller.
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O ex-secretário ainda destacou que tem recebido diversas manifestações de membros do governo federal lamentando sua saída do Mapa. Porém, ainda não foi procurado por Carlos Fávaro. A última vez que eles conversaram foi na manhã desta terça-feira (11), antes da exoneração vir à tona.
"Com relação as manifestações, (tenho recebido) muitas manifestações. Estou muito feliz e em alguns momentos até me emociono. Muita posição de solidariedade por parte do governo, de cargos técnicos de extrema confiança, como secretários de outros ministérios, mandando mensagens, se solidarizando (...) Por parte do ministro não recebi. Depois da reunião de ontem de manhã, ele não me chamou. Mas tranquilo, respeito. Eventualmente, vou ajudar dentro do que puder fazer", se comprometeu Neri.
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