O relatório técnico da Delegacia Especializada de Combate À Corrupção (Deccor) descortinou o modus operandi do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), apontado como líder de uma organização criminosa na Saúde municipal, para seguir cometendo as ilicitudes, mesmo sob investigação policial. Segundo aponta o documento, Pinheiro remanejava os secretários de Saúde investigados para outros cargos para dar continuidade aos esquemas de corrupção.
A investigação culminou no afastamento de Pinheiro na tarde de segunda-feira (4), determinada por membro do Tribunal de Justiça, por supostamente chefiar uma 'ocrim' para desviar recursos da Saúde.
O relatório explica que os atores das ilicitudes eram trocados de cargo a cada nova investigação e voltavam ao esquema através de nomeação em outra função, ou através de uma empresa em que era sócio de fato ou oculto, as quais eram favorecidas por contratações fraudulentas, por dispensa ou inexigibilidade de processo licitatório.
“Dessa forma, a engrenagem dos esquemas era sempre girada pelos mesmos atores, seja se alternando em cargos, seja através de pessoas jurídicas interpostas, sempre com o conhecimento e aval do líder EMANUEL PINHEIRO”, traz trecho do documento.
Entre os citados está a ex-secretária de Saúde Suelen Danielen Alliend, que morreu em 2023, e que foi investigada pela 'Operação Smart Dog', deflagrada em fevereiro do ano passado. Depois de ser alvo da polícia, ela foi transferida para a função de assessora executiva na Secretaria Municipal de Governo, mas nunca foi exonerada.
O documento ainda destacou as 16 operações na Saúde Municipal e que todos os secretários da pasta foram investigados por crimes contra a administração pública. Pontuou que os três 'braços-direitos' de Emanuel, Gilmar de Souza Cardoso, Célio Rodrigues da Silva e Milton Corrêa da Costa Neto, mesmo não ocupando nenhum cargo de tomada de decisão no Executivo municipal, articulavam juntamente com o prefeito para fazer valer as ações criminosas do grupo.
Célio, inclusive, mesmo sem ocupar nenhum cargo na gestão municipal, articulou pagamentos e notas fiscais para a empresa MEDCLIN, ao ligar para o então Secretário de Saúde Guilherme Salomão demonstrando poder de interferência.
“Considerando os fatos analisados neste relatório, destacam-se (sic) a atuação de determinadas pessoas que, por mais que ações policiais tentem cessar as condutas ilícitas, conseguem contornar os trâmites legais fazendo ressurgir as condutas criminosas”, diz outro trecho do relatório.
Até o momento, a Prefeitura de Cuiabá ainda não se manifestou sobre as acusações.
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