De acordo com as investigações da Polícia Civil, Edezio Correa, delator de ilícitos na gestão do ex-governador Silval Barbosa, é o líder do suposto esquema que utilizou a esposa, irmã e dois sobrinhos em empresas para fraudes em licitações e vantagens indevidas em prefeituras e câmaras municipais em Mato Grosso. Todos eles foram alvos de busca e apreensão pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), nesta quinta-feira (7).
Segundo documento do Naco, o grupo operava principalmente por meio de empresas ligadas diretamente aos membros da organização, como a K.Q. Moura, de propriedade de Karoline Quatti Moura, e a Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda., cujo histórico de movimentações financeiras e transações suspeitas chamou a atenção das autoridades.
Entre 2020 e 2024, a empresa K.Q. Moura transferiu mais de R$ 6 milhões para a Saga Comércio, com indícios de movimentações incompatíveis com a capacidade financeira declarada por Karoline. No total, segundo apurado pelo Radar MT do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), essas empresas firmaram contratos, nos últimos cinco anos, no valor de R$ 1,8 bilhão, com 86 prefeituras e seis câmaras municipais de Mato Grosso.
Em tese, o esquema incluía, ainda, a participação de familiares e sócios de Edezio, que desempenhavam papéis estratégicos nas empresas e nas fraudes. Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, convivente de Edezio e sócia da Pontual Comércio e Terceirizações Ltda., e Roger Correa da Silva, sobrinho de Edezio e sócio da Pantanal Gestão e Tecnologia, estavam diretamente envolvidos em movimentações fraudulentas. Além disso, Waldemar Gil Correa Barros, sobrinho de Edezio e ex-sócio da Saga Comércio, e Eleide Maria Correa, irmã de Edezio e sócia da Saga Comércio, também foram identificados como peças-chave no esquema.
O principal alvo das fraudes eram contratos de fornecimento e serviços públicos com as prefeituras de Mato Grosso, especialmente Barão de Melgaço (68 km de Cuiabá), onde os contratos no valor de R$ 1.511.694,53 firmados com a empresa Centro América Frotas estão sendo investigados. O município também fez contratos de R$ 1.323.578,37 com a Pantanal Gestão.
A quadrilha, segundo as apurações, conseguiu fraudar licitações com a ajuda de autoridades municipais que, como ordenadores de despesa, facilitaram o desvio de recursos. Por esse motivo, um dos alvos da operação foi a prefeita de Barão, Margareth Gonçalves da Silva, conhecida como Margareth de Munil (UB).
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