O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou, nesta quinta-feira (9) o pedido de prisão domiciliar para Taiza Tosatt Eleotério Ratola, a “musa dos investimentos”. A defesa argumentava que as condições da unidade prisional seriam inadequadas para tratar de suas condições de saúde, que sofre de alergias graves e recorrentes, e pleiteava a substituição da prisão preventiva por medida humanitária.
O Ministério Público manifestou-se contra o pedido, alegando que não havia comprovação de que a unidade prisional fosse incapaz de atender às necessidades de saúde da ré. Segundo a decisão, relatórios médicos apresentados confirmaram a condição de saúde de Taiza, mas também foi comprovado que a Cadeia Pública Feminina de Colíder (632 km de Cuiabá), onde ela está custodiada, oferece assistência médica necessária.
Taiza é apontada como líder de um esquema de pirâmide financeira que teria causado prejuízos milionários a diversas vítimas, atraídas por promessas de retornos financeiros entre 2% e 6% para investimentos a partir de R$ 100 mil. O médico Diego Flores e o ex-policial federal Ricardo Ratola, ex-marido de Taiza, são acusados de crimes como lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Na análise do magistrado, documentos anexados ao processo indicaram que a ré recebe atendimento médico sempre que necessário e está alocada em cela compatível com suas condições de saúde. Além disso, o juiz destacou que não houve demonstração de alteração das circunstâncias que fundamentaram a prisão preventiva, tampouco comprovação da incapacidade do estabelecimento prisional em prestar a assistência exigida.
“No caso em análise, embora existam indícios de que a ré apresente condição de saúde que exige atenção especial, há nos autos comprovação suficiente de que a unidade prisional onde se encontra custodiada é capaz de oferecer o tratamento necessário”, destacou o juiz.
No final de 2024, o juiz Marcos Faleiros da Silva, do Plantão Criminal de Cuiabá, negou conceder a prisão domiciliar com base na mesma argumentação. A defesa de Taiza apontou que ela precisava estar em um ambiente livre de agentes irritantes, uma vez que estaria dividindo cela com 16 fumantes e que o local é um ambiente úmido e com presença de lodo.
Já no início de dezembro o pedido de revogação da prisão preventiva ia em outra direção, d que as acusações não se referiam a fatos recentes e que seus crimes não seriam graves. No entanto, Bezerra ponderou que o Ministério Público trouxe novos elementos comprovando que ela continuou a atuar no esquema criminoso por meio de contas nas redes sociais com o seu atual marido, Wander Aguilera Almeida.
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