A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou nesta segunda-feira (23) que o Coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas constitua um novo advogado e apresente as alegações finais em um prazo de cinco dias. Caçadini é acusado de ser o financiador do assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023.
A decisão foi tomada após o réu não apresentar as alegações finais dentro do prazo legal. Caso ele não nomeie um novo defensor dentro do período estabelecido ou comprove hipossuficiência, a Defensoria Pública será designada para prestar a assistência jurídica necessária.
“Sem prejuízo do cumprimento da deliberação exarada, intime-se a defesa técnica do réu Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas a respeito do teor da presente decisão (Dr. Jayme Rodrigues Carvalho Júnior, Dr. Silvio Eduardo Polidório e Dra. Sarah Quinetti Pironi)”, explicou a juíza.
No dia 18 de setembro, a magistrada observou uma possível intenção de protelação por parte da advogada de defesa, Sarah Pironi, conhecida como “Rainha do Habeas Corpus”, ao solicitar acesso aos dados do celular de Zampieri pouco antes do prazo para a entrega das alegações finais. A juíza ressaltou que a defesa havia feito diversos pedidos, alguns dos quais, segundo ela, não eram relevantes, mas nenhum deles se referia ao celular da vítima.
“A defesa técnica do réu, mesmo tendo formulado inúmeros requerimentos, inclusive alguns de pouca importância para o andamento da marcha processual, não apresentou qualquer insurgência ou requerimento de acesso aos dados extraídos do aparelho celular do ofendido, deixando para formular tal pleito, quiçá de forma proposital, após o encerramento da fase instrutória, quando já deveria apenas apresentar seus memoriais”, esclareceu.
Na mesma sentença do dia 23, a juíza Anna Paula deferiu a habilitação de um novo advogado para outro réu do mesmo processo, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, e o Ministério Público deverá se manifestar sobre os pedidos apresentados pela nova defesa.
O CRIME
Em dezembro de 2023, o advogado Roberto Zampieri foi assassinado a tiros ao sair de seu escritório em Cuiabá. Os principais suspeitos do crime são Antônio Gomes da Silva, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas e Hedilerson Fialho Martins Barbosa. A investigação aponta que o homicídio foi premeditado e executado em conjunto pelos réus, possivelmente motivado por interesses relacionados à atividade profissional de Zampieri. O empresário Aníbal Laurindo, que havia perdido uma disputa de terras com Zampieri, é considerado o mandante do crime.
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