Edgar Ricardo de Oliveira, assassino confesso de uma das chacinas mais brutais da história recente de Mato Grosso, foi condenado a 136 anos e 4 meses de prisão no dia 15 de outubro de 2024. O julgamento, realizado em Sinop (480 km de Cuiabá), trouxe à tona os detalhes do crime e a frieza do réu em relação às vítimas. A decisão veio mais de um ano após o ataque que vitimou sete pessoas, incluindo uma criança de 12 anos.
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A chacina ocorreu na tarde de 21 de fevereiro de 2023, em um bar onde as pessoas costumavam jogar sinuca. Segundo a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Edgar Ricardo de Oliveira e seu comparsa, Ezequias Souza Ribeiro, teriam perdido uma aposta de R$ 2 mil no local e, após se sentirem humilhados, retornaram armados.
As vítimas foram executadas friamente, e as imagens do crime, registradas por câmeras de segurança, repercutiram nacionalmente. Ezequias foi morto pela polícia dias após o massacre, enquanto Edgar se entregou à polícia.
O júri popular de Edgar Ricardo de Oliveira durou mais de 15 horas. O Ministério Público destacou a frieza e a premeditação do crime, pedindo a condenação máxima por homicídios qualificados e tentativa de homicídio. Em seu depoimento por videoconferência, Edgar negou que o crime tenha sido premeditado, alegando que havia usado cocaína e que teria agido “sob forte pressão psicológica” e insultos das vítimas.
De acordo com ele, tinha ido ao bar apenas para jogar sinuca, apesar de acreditar que duas das vítimas estivessem “conspirando” contra ele. Para justificar a presença de uma pistola e uma espingarda calibre 12 em seu veículo, usadas no massacre, Edgar argumentou que as armas estavam lá porque ele tinha intenção de ir caçar porcos em sua chácara.
Ainda assim, em seu depoimento, ele não demonstrou arrependimento, mas afirmou que não havia gostado de ser acusado de roubo. "Eu não roubei ninguém, eu me sinto envergonhado de ser taxado como um assaltante", declarou em juízo. Sobre o assassinato de Orisberto Pereira Sousa, que possuía dificuldade de locomoção, Edgar afirmou que não queria matá-lo, porém se sentiu ameaçado por ele.
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Já em relação a Larissa Frazão de Almeida, de apenas 12 anos, ele disse que foi devido ao fato de ela ter tentado fugir. A criança foi assassinada com um tiro nas costas.
Apesar de sua defesa, os jurados foram unânimes em reconhecer a gravidade dos atos. Edgar foi condenado pelos sete homicídios qualificados e por uma tentativa de homicídio de uma vítima que sobreviveu ao ataque.
Pouco mais de um mês após a condenação, a defesa de Edgar pediu a anulação do júri devido à “repercussão nacional” e afirmou que as milhares de pessoas que assistiram ao julgamento, transmitido pelo YouTube, impediram o controle sobre a incomunicabilidade entre as partes.
AS VÍTIMAS
- Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos
- Getulio Rodrigues Frazão Junior, pai de Larissa
- Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos
- Josué Ramos Tenório, 48 anos
- Elizeu Santos da Silva, de 47 anos
- Adriano Balbinote, de 46 anos
- Orisberto Pereira Sousa
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