O médico Marcos Vinicius de Oliveira afirmou à Comissão de Ética da Câmara que foi orientado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a retirar a denúncia contra o vereador Marcrean Santos (MDB) por uma suposta invasão à Unidade de Terapia Intensivo (UTI) do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Conforme o médico, foram promovidas duas reuniões na Pasta com o objetivo de colocar panos quentes no episódio, encerrando o processo de cassação. No entanto, o médico disse que só recuaria se o vereador se desculpasse por ter falado que ele estava dormindo ao invés de atender os pacientes.
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"A gente até conversa, mas o vereador precisa se desculpar das coisas que está falando pois ele falou muita coisa por aí de mim. Falou que eu estava dormindo, que fui omisso. Sendo que isso é mentira", contou o médico durante oitiva nesta segunda-feira (18).
Marcos Vinicius é concursado e ingressou no HMC em 2022. Ele está em estágio probatório, podendo ser exonerado se fossem comprovadas irregularidades.
Segundo o médico, quando ocorreu a suposta invasão, ele estava dobrando o plantão para cobrir a falta de uma colega. Na UTI havia uma paciente que entrou no hospital com o quadro de pneumonia que acabou evoluindo para óbito após cirurgia. Foi essa paciente que Marcrean queria ter acesso. Marcus Vinicius disse que o vereador chegou se passando por "Zé Maria" e depois um servidor acabou apontando sua verdadeira identidade. O médico não o deixou entrar na UTI, mas o vereador o ignorou.
Quando o caso veio à tona, o médico procurou o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e formalizou a denúncia. Após o requerimento ser entregue na Câmara, o vereador, em tese, tentou dissuadir Marcus Vinicius com a ajuda do secretário de Saúde, Deiver Teixeira.
"A reunião foi mais no intuito de encerrar a coisa. Que não iria dar nada ... a conversa foi mais nesse sentido", falou. "A conversa foi no sentido se resolver a situação mais ou menos dessa maneira. A reunião foi mais para eu retirar o pedido de cassação", finalizou.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) admitiu que foram realizadas duas reuniões, mas negou que houve a tentativa de convencer o médico a desistir da denúncia. Segundo a pasta, a primeira reunião foi para entender a dinâmica dos fatos e a segunda um acordo entre as partes. Não havendo o acordo, a denúncia foi encaminhada à Controladoria Geral do Município para abertura de um processo administrativo.
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