O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, pediu cautela e responsabilidade na divulgação de informações sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri. Na declaração durante evento na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, na manhã desta segunda-feira (18), Mendes ressaltou que, apesar das revelações de conversas no celular de Zampieri sugerindo um possível esquema de venda de sentenças, "nem tudo o que se divulga é necessariamente verdadeiro".
A transferência do caso da 12ª Vara Criminal de Cuiabá para o STF, se deu após o levantamento do possível envolvimento de pessoas com foro privilegiado em suposto esquema de venda de sentenças, que podem alcançar o próprio STF.
“Nem tudo que divulga é necessariamente verdadeiro é preciso ter muita cautela em relação a essa divulgação. Muita reflexão em torno disso, isso vale para nós, para as autoridades investigadoras e vale para a imprensa”, ponderou o ministro.
Para a imprensa, Mendes contou que os fatos estão sendo investigados, pois como se entendeu que poderia haver repercussão na esfera da prerrogativa de foro, a Procuradoria-Geral pediu a transferência do caso para o Supremo, e foi distribuída ao ministro Cristiano Zanin, responsável então por conduzir as investigações.
“Todos nós estamos interessados, a partir do próprio CNJ, que deu curso a essas investigações, nós estamos interessados no esclarecimento desses fatos. O judiciário está e estará empenhado para esclarecer esses fatos o mais rápido possível.”, concluiu.
CASO ZAMPIERI E FORO PRIVILEGIADO
Roberto Zampieri foi morto a tiros em dezembro de 2023, ao sair de seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o assassinato foi encomendado pelo empresário Aníbal Laurindo, após uma disputa de terras com o advogado.
Além do coronel do Exército Etevaldo Caçadini, estão presos Antônio Gomes da Silva, que confessou ser o autor dos disparos, e Hedilerson Fialho Martins Barbosa, acusado de ter auxiliado na execução.
Na investigação, foram encontradas no celular de Zampieri conversas que indicam um suposto esquema de venda e decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), com indícios de envolvimento de desembargadores do Estado, e até de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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