O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB), sinalizou cautela com relação à recomposição salarial dos servidores públicos do estado, alegando que o governo está se aproximando do limite prudencial de gastos com pessoal. Em entrevista nesta segunda-feira (13), Mendes afirmou que a folha de pagamento do estado já tem crescido acima da inflação nos últimos anos, e que por isso as decisões devem ser técnicas, a fim de não comprometer a capacidade de investimento em outras áreas.
"Vamos encaminhar essa semana o RGA (Reajuste Geral Anual) de 4,83%, que é a reposição da inflação", afirmou o governador. "Mas é preciso ter cuidado. Chegamos a gastar 38% do que arrecadamos com folha. Já estamos chegando a 44%. A folha cresce todo ano acima da inflação, porque tem as progressões na carreira. Então mais 3 ou 4% por ano que a folha cresce acima da inflação. Ano passado a nossa receita cresceu 6%. Nós temos que tomar cuidado com isso, senão daqui a pouco quebra o estado de novo", alertou Mendes.
O governador lembrou que ao assumir o governo, em 2018, encontrou as contas estaduais em situação crítica, com o 13º salário atrasado e dificuldades para pagar os servidores.
"Se hoje eu fosse nomear tudo que tem. Eu paro de pagar os hospitais, paro as obras, vamos gastar tudo com servidor. Não é isso que o cidadão que paga imposto quer", disse. Mendes ressaltou a importância de um planejamento financeiro responsável e de evitar medidas populistas que possam comprometer a saúde financeira do estado.
"É um estudo técnico que vai mostrar e eu faço aquilo que é correto. Para dar resultado bom para a sociedade e para o cidadão. Se ficar fazendo média, quebra o estado como já quebraram a pouco tempo atrás", finalizou.
A fala do governador se posicionano no oposto à do próximo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Max Russi (PSB). O parlamentar defendeu na última semana, que a recomposição salarial dos servidores ultrapassasse a inflação. A matéria está agendada para ser votada no próximo dia 21, junto com as Contas da Gestão Mauro Mendes. E o reajuste deve ser incluído ainda na folha deste mês.
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