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Justiça Segunda-feira, 12 de Novembro de 2012, 17:34 - A | A

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Segunda-feira, 12 de Novembro de 2012, 17h:34 - A | A

OPERAÇÃO IMPOSTOR

Rombo no setor de arredação da prefeitura pode chegar a R$ 1,3 milhão

Delegado Modelli (foto), que preside inquérito, sinaliza com envolvimento de gente do alto escalão da prefeitura: “Num dos depoimentos ficou claro que o chefe desse depoente é de um escalão superior", afirma

PAULO COELHO


A Polícia Fazendária constatou já nos primeiros depoimentos da Operação Impostor, que apura pelo menos oito tipos de fraudes em impostos e serviços da prefeitura - como  IPTU e ISSQN -,  que o montante do rombo já chega a R$ 1,3 milhão, ou seja, R$ 400 mil a mais do que os R$ 900 mil estimados pela prefeitura inicialmente.

Conforme o delegado Rogério Modelli, a maior parte dos 14 presos suspeitos de praticarem a fraude, pelo menos 10 são servidores públicos, e “um  deles, inclusive, com 33 anos de carreira na prefeitura”.

Marcos Lopes/HiperNotícias

Coletiva mobilizou prefeito da Capital e Secretário de Estado de Segurança,a lém dios delegados que presidem investigação



A declaração foi feita no início da tarde desta segunda-feira (12), em entrevista coletiva à imprensa, na sede da diretoria da Polícia Civil e ao contrário que era esperado, nenhum nome dos presos foi divulgado oficialmente pela polícia, sob a alegação de “não atrapalhar as investigações”.


HiperNoticias, porém, conseguiu e divulgou em primeira-mão a relação dos 14 suspeitos que estão cumprindo  prisão temporária até esta terça-feira (13). (confira a relação com nomes aqui).

Outra constatação policial é que já há indícios de envolvimento de um servidor de escalão superior no esquema, que tinha como principal elemento o administrador do sistema de informática.

“Num dos depoimentos  ficou claro que o chefe desse depoente é de um escalão superior ao dele e estamos estudando a possibilidade de também ouvi-lo”, disse Modelli, não descartando que novos nomes de pessoas que ocupam cargos superiores possam vir à baila, inclusive intimados a depor.

O valor de R$ 1,3 milhão, segundo o secretário de Fazenda  do município, Guilherme Muller, é referente a apenas  a fraude no IPTU e corresponde  somente a 10 dias corridos.

“Deixo bem claro que não era um dinheiro que estava no caixa da prefeitura e sim que deixou de entrar, pois alguém, de dentro da prefeitura e que tinha acesso ao sistema, excluiu a dívida do banco de dados”, explicou.

O delegado Modelli ainda citou outro exemplo, o da aprovação de projetos, onde servidores  facilitavam a aprovação.

“Projeto que demoraria ainda muito tempo para ser aprovado, então paga-se um funcionário dentro de determinado setor, para que ele agilizasse a tramitação desse projeto e se aquele projeto não fosse aprovado, aí fazia-se uma consulta prévia com o engenheiro responsável pela análise do projeto, apontava as irregularidades que existiam no laudo, devolvia-se isso para o arquiteto que corrigia e aí devolvia novamente, só que aí de forma protocolada e então esse projeto já protocolado voltaria para aquele engenheiro que fez a análise prévia e logicamente tudo isso mediante pagamento de uma certa quantia”, detalhou o delegado.

Marcos Lopes/HiperNotícias

Prefeito promete afastar servidores envolvidos nas fraudes no setor de arrecadação da prefeitura

Como o prazo da prisão temporária acaba nesta terça e os delegados Rogério Modelli e Liliane Murata não  pretendem  pedir prorrogação das prisões, os servidores públicos estariam, em tese, liberados para voltar ao trabalho na prefeitura, mas isso não vai ocorrer, se depender do prefeito Chico Galindo (PTB).


“Eu quero que eles voltem, vou pedir o desligamento deles”, disse Galindo, que também participou da entrevista coletiva.

Galindo confirmou as suspeitas de que as irregularidades vinham ocorrendo já há 2 anos, mas que nunca havia denunciado ao Ministério Púbico (MPE) devido à falta de consistência nas provas e que somente resolveu denunciar depois de uma cautelosa investigação interna.

“Fiquei sabendo apenas hoje da existência de outras fraudes em tributos, como falsificação de documentos como alvarás; no caso que apuramos em junho, um funcionário dava baixa no sistema do IPTU e esse dinheiro não entrava, ou seja, isso é corrupção, e isso não aceitamos”, apontou Galindo.

Sem dizer nomes ou qualquer outro detalhe, o delegado Modelli disse que outras pessoas podem ser chamadas para depor ou até mesmo serem presas a qualquer momento, mas isso vai depender do desenrolar das investigações.

Modelli estimou que há pelo menos “40 a 50” pessoas suspeitas que teriam ligação de alguma forma com o esquema.

“O contribuinte que procurava o servidor da prefeitura (geralmente um intermediário) poderá sim ser enquadrado no clube de corrupção ativa e o servidor de corrupção passiva.

Além desses dois crimes também identificados os crimes de inserção de dados falsos no sistema e formação de quadrilha.

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Marcos Lopes/HiperNotícias

Marcos Lopes/HiperNotícias

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