O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está em fase avançada na investigação sobre a venda de decisões judiciais envolvendo servidores da Corte, conforme revelou a revista Veja. Pelo menos dois chefes de gabinete dos ministros Isabel Gallotti, Og Fernandes, Nancy Andrighi e Moura Ribeiro foram identificados como participantes do esquema.
Eles teriam agido em parceria com o empresário Andreson Gonçalves e o advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, em Cuiabá, envolvendo propinas em troca de sentenças favoráveis.
Na terça-feira (8), durante a sessão da 3ª Turma do STJ, a ministra Nancy Andrighi confirmou que o servidor de seu gabinete envolvido no esquema já foi identificado. "Não posso dizer o que sente um juiz com 48 anos de magistratura quando se vê numa situação tão estranha como essa. O importante é que já foi localizada a pessoa, a pessoa já respondeu à sindicância e está aberto um PAD [Processo Administrativo Disciplinar] aqui no tribunal”, declarou.
O ministro Humberto Martins reforçou o apoio à ministra, afirmando que “o tribunal é muito maior porque é o tribunal da cidadania, e os nossos ministros maiores ainda.”
Além dos processos administrativos, a Polícia Federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) descobriram que Zampieri fazia parte de uma rede de lobistas que operava em Mato Grosso e Brasília, com pagamentos em barras de ouro e subornos a juízes. Outra investigação foi aberta sobre um segundo grupo de lobistas, também suspeitos de vender sentenças.
O STJ informou que os fatos estão sendo investigados tanto administrativamente quanto penalmente, e que mais informações estão sob sigilo para não prejudicar as diligências em curso.
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