A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,8 milhão de investigados na segunda fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20), com o objetivo de investigar suposta lavagem de dinheiro decorrente de esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
Segundo apurado nas investigações, foram detectadas diversas operações imobiliárias suspeitas promovidas pelos investigados, com aparente propósito de dissimular a origem ilícita do dinheiro utilizado para financiar a compra de imóveis residenciais e de veículos.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), são cumpridos mandados de busca e apreensão e afastamento das funções públicas de servidores do Poder Judiciário. Os alvos foram proibidos de manter contato entre si e de sair do país. Além disso, tiveram os passaportes recolhidos e R$ 1,8 milhão bloqueados. Imóveis adquiridos por João Ferreira Filho também foram sequestrados na ação.
Até o momento, os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho do TJMT foram afastados do caso por suposto envolvimento nos atos ilícitos. Na primeira fase da Sisamnes, a Justiça determinou que eles fossem monitorados por tornozeleiras eletrônicas. O juiz Ivan Lúcio Amarante, de Vila Rica (1.263 km de Cuiabá) foi afastado de suas funções pelo mesmo motivo.
O ESQUEMA
O esquema de venda de sentença foi descoberto depois de análises das mensagens telefônicas extraídas do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 5 de dezembro de 2023.
Durante as investigações, as autoridades descobriram que Roberto Zampieri atuava em parceria com o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que mantinha contatos com assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esses assessores, segundo apurações, recebiam valores em troca de decisões judiciais favoráveis. Andreson foi preso durante a primeira fase da Operação Sisamnes.
O caso continua em investigação.
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