O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), encontrou fortes indícios de que Alice Terezinha Artuso atuava como intermediária do advogado Roberto Zampieri, em um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ela é filha adotiva do desembargador João Ferreira Filho e os dois são alvos da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (20).
Zampieri foi assassinado em frente ao seu escritório no dia 5 de dezembro de 2023. A partir de informações contidas em seu celular, as autoridades começaram a descortinar o esquema que chega até assessores do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em Mato Grosso, os desembargadores João Filho e Sebastião Moraes foram afastados por suposto envolvimento no caso. Os dois estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica.
Os dados obtidos pela Polícia Federal revelam indícios de que Alice Terezinha recebeu R$ 1,8 milhão de uma empresa que tinha Zampieri como sócio. Uma das transações identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) se refere ao pagamento por Alice de uma parcela de compra de uma motocicleta Harley Davidson, no valor de R$ 25 mil, possivelmente em favor de João Ferreira Filho. Também foi detectado o pagamento de um boleto, no valor de R$ 275 mil, a uma empresa do setor de imóveis em favor do desembargador.
O valor, que chega a cifra de R$ 1.8 milhão, foi bloqueado pela Justiça.
Com o avanço das investigações, a casa de Alice Terezinha foi alvo de busca e apreensão nesta sexta-feira. No imóvel, foram apreendidos celulares, tablets, computadores e outros dispositivos para obtenção de provas. Foi determinada ainda a quebra de sigilo telemático dos aparelhos celulares.
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Além disso, ela chegou a ser levada à sede da PF em Cuiabá para prestar depoimento. A operação também mirou a esposa do desembargador Maria de Lourdes Guimarães Filha, servidora do TJMT. Ela foi afastada do cargo.
Tanto Alice Terezinha quanto Maria de Lourdes foram proibidas de acessar ou ingressar no prédio do TJMT e nos sistemas da Justiça estadual. Também foram obrigadas a entregarem os passaportes e proibidas de deixar o país.
(Com informações da assessoria)
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