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Justiça Sexta-feira, 12 de Julho de 2024, 17:37 - A | A

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Sexta-feira, 12 de Julho de 2024, 17h:37 - A | A

VÍTIMA REPRESENTOU NA OAB

Briga por terra: viúva acusou Renato Nery de ameaças e falsificação de documento

Denúncia de 2022 afirma que o advogado assassinado teria ameaçado a família para forçar a venda de uma propriedade rural

ANDRÉ ALVES
Da Redação

O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB-MT), Renato Gomes Nery, morto a tiros na sexta-feira (5), foi alvo de uma queixa-crime e um boletim de ocorrência apresentados pela viúva Wilma Terezinha Destro Fernandes, envolvida numa briga de terras na região do Araguaia, na qual é parte contrária à dos advogados. A mulher também alega que foi coagida por 'capangas' de Renato Nery para vender a propriedade de 12,4 mil hectares.  

A denúncia de Terezinha, feita em 2022, foi assinada por Antônio João de Carvalho Júnior, também advogado, que foi representado na OAB-MT por Renato devido a supostas intimidações em conluio com um magistrado. Acusações contre Antônio João vieram à tona 18 dias antes de Nery ser assassinado.

Renato Nery foi contratado para atuar no caso em 1988, e desde então, a disputa envolveu irregularidades em assinaturas, invasões de terra e ocupação por posseiros.

Em um boletim de ocorrência feito em 1º de junho de 2022, Wilma narrou que no dia anterior três homens em um Jeep Compass foram à sua casa, sendo atendidos por sua filha, Lucimara Fernandes Garcia. Os homens teriam dito estar em Sertãozinho (SP) em nome de Renato Nery e Luiz Salesse para comprar a propriedade rural em Novo São Joaquim, Mato Grosso. Quando a filha de Wilma recusou a venda, o trio supostamente ameaçou dizendo que a família deveria entregar as terras "por bem ou por mal" e que, na próxima visita, "a conversa seria diferente".

Lucimara narra que chamou seu marido, Emerson Luis Garcia, que interpelou os homens e disse que chamaria a polícia caso não deixassem a propriedade.

QUEIXA-CRIME

Na queixa-crime proposta em julho de 2022, Wilma detalhou que foi casada com Manoel Cruz Fernandes, com quem adquiriu a posse da área de 12.713 hectares em Novo São Joaquim em 1982. Posteriormente, Maria Selma Valóes propôs uma ação de reintegração e posse de 5,3 mil hectares da propriedade, processo que foi julgado procedente, restando a Wilma 7.413 hectares.

No entanto, uma perícia apontou que a restituição dos 7,4 mil hectares a Wilma estava sendo frustrada por "inescrupulosa e ilícita apropriação" realizada por Nery e Salesse, supostamente com uso de documento falso. 

“Ao que tudo indica, a noticiada fraude fora arquitetada e executada por Renato Gomes Ney com amparo na advocacia que exerceu na referida demanda em nome da Noticiante e do seu esposo, cujo instrumento de procuração lhe encorajou a fabricar uma inexistente cessão de direitos possessórios na vã tentativa de assenhorar-se do patrimônio do falecido constituinte e sua idosa e hipossuficiente esposa”, diz trecho da queixa-crime. 

REPRESENTAÇÃO

Além de defender a legitimidade de todo processo, Renato Nery acusava Antônio João de Carvalho Júnior de ser o mentor de um 'escritório do crime' que teria o coagido a aceitar um acordo acerca da disputa de terras. No documento, Nery chegou a citar a morte de Roberto Zampieri, outro advogado executado, pela suposta relação de um magistrado no caso. O referido desembargador, conforme Nery, também teria participação no 'escritório do crime' chefiado por Antônio João. 

Embora a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso tenha confirmado que recebeu o documento, amenizou e disse que, embora Renato Nery tenha pedido a abertura de procedimento disciplinar contra o colega, não relatou nenhum tipo de ameaça em virtude da profissão. 

Renato foi atingido por um tiro na cabeça quando chegava ao trabalho, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Ele chegou a ser socorrido com vida, foi levado a um hospital particular onde passou por neurocirurgia de emergência, mas morreu na madrugada do sábado. 

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