O juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop, condenou nesta segunda-feira (13) três advogados acusados de atuarem como “braço jurídico” do Comando Vermelho (CV) a um total de 15 anos e 4 meses de prisão. Em uma decisão de 369 páginas, o magistrado demonstrou o envolvimento dos profissionais em atividades ilícitas, incluindo o uso de suas prerrogativas jurídicas para beneficiar a facção criminosa.
O advogado Roberto Luís de Oliveira recebeu pena de cinco anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto, com a acusação de utilizar seu conhecimento jurídico para atuar em benefício da facção, quebrando os limites éticos e legais da profissão. Jessica Daiane Marostica, cuja participação incluiu colaboração direta com líderes da organização criminosa, foi condenada a cinco anos de prisão em regime fechado.
Já Hingritty Borges Mingotti foi sentenciada a cinco anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto, acusada de atuar no setor financeiro da organização criminosa, além de guardar dinheiro em espécie e anotações relacionadas ao tráfico de drogas.
Nos três casos, o juiz destacou que “é maior a reprovabilidade do profissional do direito, pois possui pleno conhecimento da causa e maior percepção da gravidade da conduta assumida, ao invés de utilizar seus conhecimentos em favor da sociedade, debandou-se para o mundo do crime”.
Por sua vez, o jurista Tallis de Lara Evangelista, que havia sido anteriormente apontado como o “mensageiro do crime”, foi inocentado por falta de provas. “À míngua de provas robustas dos ilícitos narrados na inicial acusatória, impossível a condenação do réu, não bastando, para tanto, somente a presença de indícios isolados ou a eventual certeza moral do cometimento do delito”, destacou Batista.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), os advogados beneficiavam o Comando Vermelho repassando informações sigilosas, obstruindo investigações e intermediando comunicação entre líderes presos e membros em liberdade.
As investigações, conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Polícia Civil, revelaram que os líderes Robson Júnior Jardim dos Santos e Tiago Telles comandavam ações criminosas de forma remota. Dados extraídos de celulares apreendidos confirmaram envolvimento em crimes como homicídios, tráfico de drogas e tortura. O grupo também teria utilizado seu acesso a sistemas jurídicos e policiais para favorecer as atividades da facção, incluindo alertar membros sobre operações.
OUTRAS CONDENAÇÕES
Além dos advogados, o juiz condenou três faccionados. Tiago Telles, o “Sintonia”, a sete anos de prisão, enquanto Robson Júnior Jardim dos Santos, o “Sicredi”, e Paulo Henrique Campos de Aguiar, o “Pelé”, a seis anos e anos meses de prisão cada. Todos em regime inicial fechado.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.
Crítico 13/01/2025
NAO PODE ADVOGAR EM DEFESA DE PESSOAS SUPOSTAMENTE ENVOLVIDAS NO CRIME. QUEREM CALAR A ADVOGADOS CRIMINALISTA.
1 comentários