Nas últimas semanas, Várzea Grande registrou um aumento de 400% nos atendimentos por arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre orenpuche), resultando em 912 casos notificados dessas doenças. Dentre eles, dois casos graves de chikungunya foram confirmados, sendo um em uma criança de sete anos, internada no Hospital Metropolitano, e outro em um adulto de 43 anos, que está no Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande. Além disso, houve registro de um caso de febre orenpuche, o primeiro da Baixada Cuiabana.
Em decorrência deste aumento significativo de casos de arboviroses, a prefeita Flávia Moretti (PL) decretou estado de emergência em saúde pública. Na prática, o decreto permite a adoção de medidas administrativas, como a dispensa de licitação para o atendimento da urgência. Ela realizou uma coletiva nesta segunda-feira (20), junto à secretária municipal de Saúde, Deisi de Cássia Bocalon Maia, para anunciar as medidas que o município adotará para combater a epidemia.
Entre elas, a prefeita anunciou que as unidades básicas de saúde terão seus horários de atendimento ampliados, permanecendo de portas abertas durante o período do almoço. E, enquanto isso, os agendamentos serão praticamente suspensos, mantendo apenas os do grupo prioritário, especialmente as gestantes, para garantir o atendimento aos casos de arboviroses em livre demanda.
Além disso, a hidratação precoce para evitar uma piora do quadro das doenças será incentivada, e os exames devem ser feitos nas unidades básicas, para desafogar as UPAs e o Pronto Socorro Municipal. No momento, apenas 16 das 27 unidades estão realizando os exames, mas o compromisso é que todas realizem a ação a partir de 1º de fevereiro.
A prefeita ainda pretende utilizar o resultado do próximo Levantamento Rápido de Índices Para Aedes Aegypti (LIRAa) para solicitar a aplicação espacial de ultra baixo volume (UBV), conhecido popularmente como fumacê. O fumacê é uma estratégia emergencial que consiste na pulverização de inseticidas em regiões com alta proliferação do mosquito, com o objetivo de reduzir o número de fêmeas, responsáveis pela transmissão das arboviroses. O serviço aos municípios é realizado pelo Governo do Estado.
Entre as medidas, também está o aporte financeiro junto ao Estado e ao Ministério da Saúde para o fortalecimento das ações de controle de vetores e melhoria no atendimento à população. O decreto permite ao município receber, de forma emergencial, recursos do Governo do Estado. “Um total estimado de R$ 8 milhões, divididos em cerca de R$ 2,3 milhões em insumos, R$ 200 mil para manutenção e R$ 5,4 milhões em instrumentos e aparelhamento”, anunciou.
Flávia ainda afirmou que o município iniciou o planejamento de uma força-tarefa, por meio das Secretarias de Serviços Públicos e Meio Ambiente, para intensificar a execução da Lei que já existe e dispõe sobre a limpeza de terrenos baldios, com o intuito de melhorar a fiscalização e multar proprietários das áreas que representem foco de proliferação do mosquito. “A população pode e deve nos ajudar denunciando bolsões de sujeira pela ouvidoria da prefeitura, pelo 0800 6474142 ou pelo e-mail [email protected].”
A Secretaria de Saúde reforça a necessidade de ações preventivas. Além de manter os quintais livres de criadouros, é necessário o uso de repelentes – principalmente pelas gestantes – e a vacinação para adolescentes de 11 a 14 anos, que devem ser imunizados na rede pública.
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