O vereador de Pontes e Lacerda (a 444 km de Cuiabá), Carlos Henrique Ferreira Alencar (União Brasil), ofendeu a promotora de Justiça Mariana Batizoco Silva Alcântara, na sessão ordinária desta segunda-feira (15). Carlos disse que a promotora falou "um monte merda" em reunião no Hospital do Vale do Guaporé, mais conhecido como Santa Casa de Pontes e Lacerda, ao defender a intervenção da prefeitura na unidade administrada pela Sociedade Lacerdense de Beneficência (Solben).
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"Hoje, eu vim com vontade de falar um monte de coisa e vou pensar, porque, depois que eu ouvi a promotora de Justiça falar um monte merda na sala de reunião do hospital, isso aqui eu falo abertamente, ela falou um monte de merda", disparou o vereador no pequeno expediente.
Os funcionários do hospital estão sem receber os salários e vale-alimentação. As dificuldades financeiras persistem desde 2017, quando o atendimento chegou a ser paralisado. No ápice da pandemia, a unidade de saúde voltou a colapsar. Em março de 2023, o governador Mauro Mendes (União Brasil) aumentou o repasse mensal à Santa Casa, evitando que as portas fossem fechadas novamente após a Solben emitir um alerta.
Diante do cenário, o prefeito Alcino Barcelos (PL) emitiu um decreto nesta terça-feira (16) estabelecendo a intervenção. Alcino também nomeou Luis Augusto Brasileiro de Souza como o novo secretário municipal de Saúde, conforme o Diário Oficial. O prefeito assegurou a regularização dos pagamentos atrasados como um dos primeiros atos da gestão.
"Acabamos de fazer o decreto de intervenção da Santa Casa. É claro que não gostaríamos de chegar a esse momento. Sempre fui a favor de pessoas da comunidade ajudar a administrar o que é público. Já falei aos médicos para que retornem ao trabalho imediatamente. Amanhã, nosso procurador, doutor Diego, vaiu estar assumindo temporariamente, até que encontremos um quadro com experiência", justificou o prefeito.
O vereador lamentou o fato e disse que faltou atuação da Câmara Municipal. Segundo Carlos Henrique, a Lei Orgânica autoriza a intervenção do Estado na Saúde, seguindo os moldes do ocorrido em Cuiabá.
"Vejo que faltou um pouco dessa Câmara. A Lei Orgânica permite que poderíamos ter pedido a intervenção do Estado, me incluo nisso. A intervenção teria de ser isso, o Estado na gestão de saúde do município, igual aconteceu em Cuiabá", sugeriu Carlos.
Procurado pela reportagem, o Ministério Público de Mato Grosso disse, por meio da assessoria de imprensa, que não se manifestará sobre as falas do vereador.
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