Prefeito, vice e primeira-dama renunciam aos salários para amenizar efeitos da crise

Prefeito de Nova Xavantina (604km de Cuiabá), Gercino Caetano Rosa (PSD) e o seu vice-prefeito João Cebola (PMDB) se reuniram com seus secretários e assessores diretos na tarde desta segunda-feira (14) para definirem juntos mudanças no staff a partir de janeiro de 2016, quando Caetano Rosa deixará a prefeitura para o vice assumir seu lugar. Outra mudança significativa foi o acerto dos dois, mais a primeira-dama, que ocupa um cargo de secretária, abrirem mão de seus salários.

Reprodução

A medida, segundo divulgado inclusive pela Secretaria de Comunicação, é mitigar a crise nacional, que afetou diretamente a rotina do município, sabida e assumidamente de pequeno porte e dependente direto dos recursos da União e do Estado para sobreviver. Em Mato Grosso, pelo menos 60 prefeitos já admitem dificuldades para pagamento de salários, pois as despesas vêm aumentando a cada ano e as receitas, caindo progressivamente.

“Fizemos o decreto esta semana e estamos diminuindo várias secretarias, está tudo muito complicado. No ano passado, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), no dia 10 de setembro, foi de R$ 573 mil e este ano, na mesma data, vieram somente R$ 317 mil, uma queda de quase 46%. Se pegarmos as receitas de ICMS e todos os outros impostos, teve aumento de 10%, mas tudo subiu muito mais, medicamentos, combustível. Tudo deixa praticamente inviabilizados os investimentos, porque não estamos conseguindo atender à área da Saúde. A diminuição da área administrativa é uma tentativa de fazer essa readequação, mas está tudo muito difícil”, contou ao HiperNotícias, na manhã desta terça-feira (15), o próprio prefeito Gercino Caetano Rosa.

Aliás, esta não é a primeira medida que o prefeito Gercino Rosa toma para tentar ajustar as contas do município até o final de 2015. Na mesma reunião, o próprio prefeito apontou a queda da receita, o aumento das despesas e, num consenso, todos decidiram contribuir com a gestão renunciando seus cargos. Ainda que oficialmente só um o tenha feito, contou o prefeito.

“Estamos diminuindo a quantidade de secretários para ver se até o final do ano conseguimos chegar à normalidade. Temos um hospital muito grande aqui e lutamos como podíamos. Mantivemos as cirurgias e os atendimentos, e estamos lutando junto ao governo do Estado para ver se conseguimos melhorar a situação, mas está tudo muito difícil. Um secretário já renunciou, e estamos tentando nos adequar à nova estrutura, mas tudo é muito complicado”, continuou Caetano Rosa.

Estão fora do staff da administração desde segunda-feira (14) a secretária Municipal de Administração, Adelcimeire Bispo Sirqueira, o secretário de Turismo e Meio Ambiente, Valteri Araújo, o secretário de Limpeza Urbana e Iluminação Pública, Pedro Breitenbach, secretário de Agricultura, Benedito Bueno da Silva, e o secretário Municipal de Esporte, Cerisvaldo Brito.

A secretária de Assistência Social é a também primeira-dama do município Mirian Abreu da Silva Caetano. Ela segue no cargo, mas, como já dito, seguiu o marido e seu vice no ato de renunciar ao salário. Além dos secretários, estavam presentes na reunião o assessor de Imprensa, Marketing e Cerimonial, Edivaldo Moreira, que também deixa a administração municipal.

E os cortes não pararam por aí: o prefeito também pôs fim ao contrato de aluguel do prédio onde hoje funciona a Secretaria de Assistência Social e exonerou várias chefias de divisões.

Plantões e sobreavisos dos médicos também fazem parte do rol de medidas já tomadas neste primeiro momento. Além destas, outros cortes estão sendo estudados com o intuito de enquadrar o município dentro da nova realidade econômica em que o país se encontra.

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