O governador Mauro Mendes (União Brasil) disse que o conceito do pacote de ajustes fiscais apresentado ao Senado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é "perfeito", mas na prática seria um "equívoco" para a economia do país. Mendes alertou que Mato Grosso corre o risco de perder R$ 700 milhões em arrecadação. Segundo ele, as baixas na receita também são uma preocupação de outros governadores com quem mantém diálogo. Os gestores estão unidos à cobrança para que o presidente Lula (PT) aponte alternativas para a compensação tributária.
"Conceitual, perfeito. Falar em conceito é uma coisa, vamos trazer isso para a prática. Se aumenta os juros, todo mundo paga. Mato Grosso, em 2022, reduziu o ICMS da energia elétrica e telecomunicações. Era 25% e veio pra 17% da energia elétrica. Mas o governo estava correto, não devia muito. Nossa dívida é pequena em relação ao que faturamos. Estamos chegando quase a 80% de dívida em relação ao PIB. O Brasil é o país que mais deve entre os países em desenvolvimento", explicou o governador à imprensa nesta sexta-feira (29).
Mendes continuou a análise, indicando que o mercado nacional vive em instabilidade e a expectativa do mercado é que o governo federal sugira medidas para cortar os gastos, mas assumiu uma outra postura, optando pelo aumento de impostos e baixa na arrecadação.
"Estou mostrando um equívoco. Quando vi, me assustei. Passamos três meses falando do corte de gastos e quando vi foi corte de receita", lamentou o governador.
A perspectiva de Mauro a respeito da implementação do pacote de ajustes fiscais é de que ele vai impactar negativamente a receita dos 142 municípios que dependem de parte do que é garantindo a partir da cobrança do Imposto de Renda. Essa fonte seria cortada de forma significativa com a proposição de Fernando Haddad de isentar os contribuintes que recebam salários de até R$ 5 mil.
"Quero saber como o governo federal vai compensar Mato Grosso e essa mesma conversa ouvi ontem dos governadores. Se ele está mexendo em nossa receita, ele tem que compensar. Mas como, se ele também vai perder?", questionou.
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