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Política Sexta-feira, 29 de Novembro de 2024, 20:59 - A | A

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Sexta-feira, 29 de Novembro de 2024, 20h:59 - A | A

REPASSADO POR GALLO

Mauro afirma que MT deixará de arrecadar R$ 700 milhões com "pacote de bondades" de Lula

O governador falou que não é contrário, porém, explicou que a isenção do IR proposta pelo governo federal incide diretamente na perca da receita dos 142 municípios do estado

CAMILA RIBEIRO
Da Redação

O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou que Mato Grosso deixará de arrecadar R$ 700 milhões pelos ajustes fiscais proposto pelo presidente Lula (PT). Segundo ele, ao isentar as pessoas que recebem até R$ 5 mil de pagar o Imposto de Renda (IR), ele interfere diretamente nos caixas das prefeituras dos 142 municípios mato-grossenses e por tabela o estado. No entanto, o governador destacou não ser contrário, mas alertou que o país atravessa instabilidades financeiras e a sanção pode implicar no aumento em escala da taxa de juros. 

LEIA MAIS: Wellington Fagundes lidera oposição contra pacote de ajuste fiscal anunciado por Haddad; veja vídeo

O valor no déficit da receita de MT foi repassado a Mendes pelo secretário de Estado da Fazenda (Sefaz-MT), Rogério Gallo, na manhã desta sexta-feira (29). Gallo atuou no grupo de trabalho que construiu o texto substitutivo da refoma tributária. Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciar o pacote de ajustes fiscais em Brasília, Gallo se ateve ao teor do texto-base, filtrando os possíveis impactos para atualizar Mendes.

"Foi um número que recebi agora da Secretaria de Fazenda. O Estado de Mato Grosso e as prefeituras fazem a retenção de Imposto de Renda pela constituição. Essa receita é do Estado e do Município. Então, quando ele faz essa 'bondade' ele estará afetando, a partir da sua implementação, a receita de mais 5,6 mil municípios e as 27 unidades da federação, além do própio governo federal. Isso é um fato simples, objetivo e concreto de redução de receita. Não acredito que isso vai dar certo", diagnosticou o governador. 

MENDES AFIRMA NÃO SER CONTRÁRIO, MAS FAZ ALERTA

Mendes acentuou que não é contrário ao pacote, mas acredita que a proposta econômica, de acordo com ele, não será benéfica aos rumos da economia brasileira. O governador enfatizou que analistas financeiros têm previsto uma taxa de juros que ultrapasse os 15%. Considerando que a taxa Selic atual está em 11,25% seria uma questão de meses para o percentual subir mais 3,75% com a alta da inflação. 

"Não estou dizendo que sou contra", se posicionou. "Mas não adianta falar uma parte da conversa e esquecer que tem outra parte da conversa. O mercado já sinalizou que vai ter 14 %, 15% de juros ano que vem. A população paga conta de juro alto. O governo brasileiro deve muito, são mais de R$ 6 trilhões de dívida", continou o governador em tom de alerta. 

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