O deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) trouxe à tona na sessão desta terça-feira (14) os bastidores da definição dos membros da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) na Assembleia Legislativa e mandou recado ao governador Pedro Taques (PSDB):
"Não se intrometa nas questões do Parlamento, nem das comissões, nem da escolha da Mesa, sob pena de castigar e constranger a base".
Na tribuna, Oscar revelou que o líder do governo, deputado Wilson Santos (PSDB), teria "vetado" o seu nome para integrar a comissão como vice-presidente.
O pedido de veto teria sido feito ao líder do PSB, partido responsável pela indicação, Eduardo Botelho, atual vice-presidente da Mesa Diretora e pretenso candidato à presidência neste ano. Botelho foi quem contou do pedido a Oscar.
A CCJR é a principal comissão da Casa de Leis, por onde passam todos os projetos, que precisam necessariamente ter parecer favorável para terem tramitação completa e não serem engavetados.
A definição dos membros ocorreu na tarde desta terça-feira. Oscar ficou no cargo de vice e o deputado Sebastião Rezende (PSC) foi eleito presidente, em substituição a Dilmar Dal'Bosco (DEM).
Wilson Santos negou veementemente a suposta interferência. E Botelho usou a tribuna para dizer que as articulações são comuns no Parlamento.
"Quero aqui externar a minha insatisfação e o meu descontentamento com o líder do governo, que, de forma deselegante, conduziu a questão da CCJR, exigindo que nem eu nem o deputado Sebastião Rezende participássemos do processo eleitoral, dizendo que não era do interesse do governo. Mas tenho que lembrar que nenhum de nós nunca votou contra o governo e eu me considero da base", disse Oscar.
Apesar de se considerar da base, Oscar tem um acordo com o principal nome da oposição no Legislativo, deputado estadual Emanuel Pinheiro (PMDB), com quem deve compor uma chapa para a disputa da Mesa Diretora. O peemedebista como candidato a presidente e o socialista no cargo de primeiro-secretário.
“Nós queremos ajudar, sim, o governo, ajudar o governador Pedro Taques. Não vai ter matéria lá que vai ser segurada, como foi vendido para a Casa Civil. Para votar projeto somos acionados como base, mas para ser vice-presidente de uma comissão sou tratado como oposição. É desrespeitoso”, disse Oscar.
Wilson garantiu que o Palácio Paiaguás nunca interferiu na composição das comissões permanentes ou mesmo na eleição da Mesa Diretora. Disse ainda que, por diversas vezes, assegurou junto ao Executivo que Oscar faz parte da base, eliminando dúvidas quanto à fidelidade do parlamentar.
“Em nenhum momento nós fizemos veto a nenhum colega. O que deixamos claro é que o colega Sebastião Rezende deveria compor com os deputados da base do governador, mas não havia necessidade de, para garantir a vitória, compor com a oposição do governador Pedro Taques”, afirmou Wilson, referindo-se ao apoio de Zeca Viana (PDT) para Oscar e Rezende.
Citado, Rezende usou a palavra para criticar a atuação do líder do governo. Para ele, o suposto veto soa como uma exclusão aos deputados, prática que, segundo Rezende, era incomum em legislaturas anteriores.
“Aqui nesta Casa sempre houve harmonia nas comissões. E nunca analisamos deputados de situação ou de oposição. Eu entendo que ter o voto do deputado Zeca Viana é honroso para nós”, disse Rezende.
Também citado, Viana encerrou a discussão dizendo que o líder do governo estaria “desagregando os colegas”.
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