O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) pediu, nesta segunda-feira (16), a retirada de pauta do projeto de lei 2256 que extingue a moratória da soja em Mato Grosso após perder a votação de um dos dois vetos deferidos pelo governador Mauro Mendes (União Brasil). A estratégia foi sugerida após conversa com o líder do governo, Dilmar Dal Bosco (União Braisl), e o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, para ganhar tempo e evitar que o esforço de um ano para aprovar o PL fosse anulado em minutos pela falta de acordo com a base de Mendes no plenário.
"Estivenos com o presidente da Aprosoja, representante do setor, junto do Dilmar Dal Bosco e entramos em um entendimento que o governo quer conversar conosco. Acho muito bom o diálogo e pedimos a retirada de pauita desse projeto até aproxima sessão somente. O projeto é impossível que seja mudado, já estamos votando vetos. Esse projeto é, sem dúvida, um dos mais importantes que essa Casa já votou", falou Gilberto Cattani na tribuna.
"Estamos lidando com a vida de milhares de pessoas que formaram nosso estados, os produtores rurais. Pque abriram suas terras dentro da legalidade e não podemos aceitar que nada disso seja desvirtuado", emendou o deputado.
Os vetos voltaram para discussão nesta quarta-feira (18). Ou seja, Cattani tem menos de 48 horas para encontrar um meio-termo junto ao governador.
AL DIVIDIDA
A vice-presidente da Assembleia Legislativa, Janaina Riva (MDB), pontuou que se os vetos passarem haverá uma regulamentação à moratória. Ela reconheceu que o plenário está dividido sendo necessário a retomada do diálogo.
"Nós vamos ouvir mais uma vez o governo, o setor vai ouvir mais uma vez para ver se conseguimos chegar a um senso comum, a AL está dividida sobre esse tema. Se nós mantivermos os vetos, a moratória vai passar a ser regulamentada, vai ser pior com a lei do que sem a lei. Quer dizer, melhor ter ficado sem ela", disparou Janaina.
RECIPROCIDADE
Dr. Eugênio (PSB) representa os municípios do Alto do Araguaia (a 421 km de Cuiabá) que concentram uma contingente significativo de produtores. O deputado defende a "lei da reciprocidade", princípio de mercado que passou a ser disseminado por Mauro Mendes após o boicote do grupo Carrefour à carne de Mato Grosso. Ele disse que as trandings internacionais que travam a derrubada da moratória no Brasil não devem continuar manipulando o mercado, cerceando o crescimento do setor, responsável pela "riqueza" do estado.
"Querem prejudicar, querem ter a liberdade do comércio para comprar e vender para quem as trandings quiserem. Mas o estado de Mato Grosso tem que proteger os seus produtores, nossas riquezas estão em cima dessas commodities. Portanto, é inadimissível que essas grandes trendings manipulem o mercado a partir dos seus próprios interesses", opinou Eugênio.
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