O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), chamou de 'fake news' o caos na saúde da Capital. As declarações ocorreram nesta segunda-feira (16) antes da audiência requerida pelo desembargador Orlando Perri, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), para tratar da crise na saúde de Cuiabá
No encontro, Emanuel também ficou frente a frente ao seu sucessor, Abilio Brunini (PL), a quem se referiu como 'sem noção'. A audiência de hoje faz parte do processo de intervenção que perdurou em Cuiabá até o fim de 2023. O principal objetivo da reunião, mediada pelo desembargador Orlando Perri, era encontrar soluções imediatas e urgentes para evitar o colapso total ao atendimento da população.
Em entrevista, Emanuel retrucou as falas de Brunini, que foram proferidas na última quinta-feira (12), após visita técnica ao Hospital Municipal de Cuiabá. Na ocasião, Abilio denunciou uma suposta extensão desnecessária de internações para que o município receba “mais diárias” do Ministério da Saúde.
“É uma falta de noção de como funciona o sistema. Ele sabe qual o valor da diária paga pelo ministério da saúde? Qual o real valor de uma internação médica?”, ponderou afirmando que as remunerações são realizadas mediante tabelas desatualizadas.
Emanuel ainda defendeu que ao contrário da acusação de Abílio, todo gestor anseia pela rotatividade nas unidades, e que a alta médica não pode ser realizada pelo prefeito ou secretário, e sim pelo médico. “Então a alta não depende do gestor. Eu acho que nem ele como prefeito vai poder dar alta”, comentou.
Ainda sobre a possibilidade de o atendimento ser descontinuado devido às constantes denúncias de atrasos em pagamentos de trabalhadores e fornecedores, Emanuel foi enfático: “A dificuldade é grande e vamos enfrentar até o último dia, e nada vai parar. O caos na saúde de Cuiabá é fake news”.
Para Emanuel, Abílio terá a oportunidade de conferir o desafio que é estar à frente da prefeitura de Cuiabá e ainda classificou como um retrocesso a extinção da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), também anunciada na última quinta.
Emanuel defende que é preciso fortalecer e não acabar com a Empresa, pela agilidade jurídica que ela proporciona à gestão da saúde. O prefeito emedebista revelou que o seu desejo era que as UPAS também fossem administradas pela Empresa Cuiabana. E a Prefeitura ficaria apenas com a atenção primária, para a promoção e a prevenção a saúde.
“Você precisa salvar vidas, a rotatividade de enfermeiros e médicos é muito grande. Então não é possível ter uma estrutura amarrada como é a administração direta para gerir a unidade hospitalar. Acredito que o SUS vai marchar para esse caminho.”, defendeu.
Por fim, ele respondeu ao prefeito eleito, sobre um possível pedido de adiantar a posse da secretária Municipal de Saúde, a médica Lúcia Helena, como uma opção a possível intervenção. Emanuel, aconselhou Abílio a esperar a posse, visto que faltam apenas 15 dias.
“Até dia 31 de dezembro eu sou o prefeito, e jamais eu vou mexer nessa equipe que é uma equipe de bem que está se desdobrando para carregar a saúde do estado nas costas. Para colocar quem eu não conheço e eu ter que responder por pessoas que eu não conheço. Então isso é factoide.”, concluiu.
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