O secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Deiver Teixeira, criticou a tentativa do prefeito eleito Abílio Brunini (PL) de assumir a Pasta antes do início do seu mandato. Segundo Deiver, a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) ainda não acabou e deve ser respeitada até o último ato, em 31 de dezembro deste ano.
Durante a reunião no Tribunal de Justiça nesta segunda-feira (16) para discutir a possibilidade de uma nova intervenção, o secretário destacou que a Empresa Cuiabana de Saúde tem gastos mensais que se aproximam dos R$ 26 milhões, mas os repasses federais e do governo de Mato Grosso não atingem esse valor.
"Um plantão médico se paga R$ 1,4 mil em Cuiabá. A minha irmã é médica em Maringá e lá se paga R$ 2,2 mil por plantão. Ou você corta serviços, ou vem mais dinheiro. Se um dia, desafogar, muitas pessoas ainda voltam e enche de novo. A coisa é complexa. As pessoas têm sempre soluções fáceis para problemas complexos. Se for assim, tem que ganhar Prêmio Nobel", ironizou o secretário.
O imbróglio entre Emanuel Pinheiro e o governo de MT se deve ao atendimento a pacientes de cidades do interior. Deiver aponta que 50% dos casos atendidos no Hospital Municipal de Cuiabá são de pessoas de outras regiões do estado. Ele atribui a alta demanda como um dos motivos para a superlotação da unidade e as dívidas da Pasta.
"Essa repartição financeira precisa ser analisada de tempos em tempos, o que a gente precisa é ser reavaliado. É definido, determinado que município tem direito a dez atendimentos. Mas é porta aberta, universal, no SUS você tem que atender. O governo do Estado repassa 2 milhões à Empresa Cuiabana. Você acha que faz sentido? Mas nós já estamos encerrando (a gestão)", falou Deiver Teixeira.
NOVA INTERVENÇÃO
O pedido de uma nova intervenção na Saúde foi discutido na última semana na Assembleia Legislativa. O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo, apontou a morte de pacientes no HMC em decorrência da lotação da unidade e sugeriu que o desembargador do TJ, Orlando Perri, promovesse uma reunião entre Emanuel Pinheiro e Abílio Brunini para discutir os dados da Pasta. Emanuel não se absteve e compareceu à audiência nesta segunda ao lado de Deiver.
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