Um a cada três homicídios registrados na região metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande em 2023 foi cometido por policiais militares. Os dados foram apresentados pelo Ministério Público em denúncia relativa à 'Operação Simulacrum'. Investigações apontam que um grupo de policiais atuava como grupo de extermínio forjando confrontos para justificar a morte de supostos 'bandidos'.
Na peça de acusação contra 18 PMs, o órgão ministerial trouxe gráfico mostrando a evolução da violência policial ao longo de oito anos. Em 2015, foram registrados cinco homicídios cometidos por policiais militares. Em 2023, o número saltou para 49.
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De janeiro a maio deste ano, Mato Grosso já registrou 86 mortes de suspeitos em confronto com as forças de segurança do Estado. No mesmo período de 2023, foram 87, ou seja, apenas uma a mais. Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).
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Para o Ministério Público, os números revelam a urgência da atuação do Sistema de Justiça no sentido de "estancar a sangria desenfreada e que mira setores específicos da sociedade, jovens que habitam as periferias, em geral marcados pela cor da pele e pela condição social de pobreza".
"A eficiência da polícia é dimensionada pela capacidade de evitar que os crimes aconteçam, e não pelo número de pessoas que ela mata. Polícia que mata é polícia ineficiente", asseveraram os promotores Vinicius Gahyva, Marcelle Rodrigues, Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante e Cesar Danilo Ribeiro de Novais.
O quadro levou à identificação de semelhanças em seis procedimentos investigatórios destinados à apuração de homicídios derivados de intervenção policial, ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande.
Os casos aconteceram entre 2017 e 2020 e resultaram em 23 homicídios consumados, afora nove vítimas que conseguiram fugir.
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