O sargento Elias José Lopes Schuina, acusado de participar de um grupo de extermínio, passará por Tribunal do Júri no próximo dia 15 de julho. A juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, intimou o réu, que está "atualmente em local incerto e não sabido".
Ele e o policial militar Eros Rogério Barros são acusados pela tentativa de assassinato de duas pessoas no Bar do Boas, no bairro Jardim Cuiabá, em novembro de 2007. Eles teriam chegado de moto no estabelecimento e efetuado diversos disparos contra José Luiz de Campos, que conseguiu fugir. Na confusão, além dos dois feridos, outra pessoa morreu, mas confronto balístico descartou que a bala tenha saído da arma dos policiais.
“As investigações desencadeadas pela Polícia Judiciária Civil revelaram que a conduta homicida dos denunciados, voltada originalmente a ceifar a vida de José Luiz de Campos, acabou por vitimar Elaine Cristina, André Luiz e Dauri Claudio de Meneses (este veio à óbito, porém, exames de balística constataram que o PAF que lhe atingiu não foi expelido pelas armas utilizadas pelos codenunciados)”, diz trecho da denúncia que os acusa de terem agido por vingança e premeditadamente.
“Cumpre registrar que no dia posterior ao fato, Eros e Elias se apresentaram em sede policial e contaram versões distorcidas dos fatos, contudo a narrativa dos meliantes não sobrevive ao relato de testemunhas que presenciaram toda a ação criminosa”, é destacado em outro trecho.
GRUPO DE EXTERMÍNIO
Schuina é um dos alvos da "Operação Simulacrum", deflagrada em março de 2022. Segundo a acusação, Schuina e outros policiais das unidades Rotam, Bope e Força Tática do Comando Regional 1 simulavam confrontos para executar suspeitos e se promoverem nos batalhões onde atuavam.
Em junho, o Ministério Público de Mato Grosso denunciou 68 militares e um segurança particular com base nas investigações da Operação Simulacrum. Eles são acusados de 23 homicídios e nove tentativas de homicídio. Em casos emblemáticos, supostos assaltantes foram atingidos por mais de cem disparos de armas de grosso calibre, sem que houvesse qualquer reação por parte das vítimas. Além disso, todas as cenas dos crimes foram alteradas.
A denúncia também menciona um "segurança/vigilante" que informava sobre supostos assaltos, resultando em emboscadas e mortes cometidas pelos policiais. As investigações indicam que a Justiça Militar dificultou a apuração dos fatos. Os dados vieram à tona após a confissão de um dos envolvidos, que agora está no Programa de Proteção às Testemunhas.
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