O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 16 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e tráfico de drogas, desmantelada pela Operação Sordidum. O grupo, que atuava há quase dez anos, desenvolveu um esquema sofisticado para ocultar a origem de recursos ilícitos por meio de operações de câmbio e empresas de fachada.
A quadrilha tinha ramificações em diversos estados, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Bahia e Paraná, e mantinha estreito vínculo com doleiros paraguaios e traficantes da América Central, especialmente da Guatemala e Honduras. As investigações revelaram que um dos líderes da organização usava documentos falsos para abrir empresas, movimentar dinheiro e adquirir bens, chegando a movimentar R$ 50 milhões entre 2015 e 2020.
Em uma única operação de transporte de cocaína, o grupo desembolsou cerca de R$ 10 milhões para cobrir os custos logísticos, como compra de aeronaves em nome de "laranjas", contratação de pilotos e aluguel de pistas de pouso clandestinas.
Além da lavagem de dinheiro, os líderes mantinham um arsenal de armas, discutiam assassinatos de rivais e corrompiam agentes públicos. As operações financeiras do grupo envolviam a compra de imóveis e o uso de empresas de fachada, como imobiliárias e lojas de materiais de construção, com movimentações suspeitas que chegaram a R$ 20 milhões.
Em julho de 2021, a quadrilha sofreu um duro golpe com a apreensão de 313 kg de cocaína escondidos no teto de um caminhão em São Paulo. A droga fazia parte da logística de um dos traficantes presos na Operação Downfall, deflagrada em 2023. Segundo o MPF, a Operação Sordidum está conectada a outras operações, como Prime e Downfall, que investigam redes criminosas semelhantes.
O MPF não só pede a condenação dos envolvidos, mas também o pagamento de indenizações milionárias e a perda de todos os bens adquiridos com os lucros do crime, destacando que tais atividades fragilizam o sistema financeiro brasileiro.
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