O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve, nesta quinta-feira (21), a prisão preventiva de Ademilton Marcelo Moraes de Sá, conhecido como "Gurizinho da Havana". Ele é acusado, junto de outros 31 réus, de integrar uma organização criminosa envolvida em fraudes eletrônicas, estelionato e lavagem de dinheiro, investigada no âmbito da "Operação Gênesis", que causou prejuízo de R$ 1 milhão em vítimas de diversos estados brasileiros, incluindo Mato Grosso.
Na decisão, o juiz destacou que a prisão preventiva segue necessária para garantir a ordem pública e evitar a continuidade dos crimes. De acordo com a denúncia, Ademilton utilizava sua conta bancária e captava contas de terceiros para movimentar valores obtidos com golpes. Relatórios técnicos da Polícia Civil apontam que ele também participava ativamente na troca de informações sobre contas e na realização de transferências para ocultar a origem do dinheiro.
Os prejuízos das vítimas e a atuação da organização criminosa dependiam de ações como as atribuídas ao acusado, que facilitava o fluxo financeiro dos golpes. O magistrado ainda destacou a gravidade concreta dos delitos e a necessidade de interromper as atividades do grupo criminoso, que apresenta estrutura organizada e divisão de tarefas.
A defesa de Ademilton havia solicitado a revogação da prisão preventiva, argumentando que ele possuía "predicados pessoais favoráveis" e que medidas alternativas seriam suficientes. O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) se manifestou contra o pedido, e a decisão judicial reiterou a insuficiência de medidas cautelares diversas do encarceramento, considerando o risco de reiteração dos crimes.
Bezerra também destacou que Ademilton foi preso em novembro de 2024, quase dois anos após a decretação da medida, que segue em vigor desde fevereiro de 2023.
“É mister salientar que, a despeito de o édito prisional estar vigente desde 22/02/2023, o acusado só veio a ser efetivamente preso em novembro de 2024, de sorte que a medida extrema se mostra necessária também para a garantia da aplicação da lei penal. Com essas considerações, indefiro o pleito e mantenho a prisão preventiva de Ademilton Marcelo Moraes de Sá”, finalizou.
OS GOLPES
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), a quadrilha era chefiada por Ollyvander de Jesus Oliveira da Silva, que usava contas bancárias de terceiros para receber o dinheiro das vítimas dos golpes aplicados por meio de aplicativo de mensagens de celular.
Ollyvander recrutava pessoas para abrirem contas para receber esses valores, que eram sacados ou transferidos para ele ou seus comparsas. A investigação descobriu vítimas na Bahia, Distrito Federal, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Maranhão, Tocantins, Goiás, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul.
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