Os diálogos entre o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e o advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá em dezembro de 2023, revelaram uma tentativa de associar o nome de Gonçalves ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques em um suposto esquema de venda de sentenças. As informações foram obtidas pelo site UOL, com base em investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que analisam mais de 9 mil mensagens extraídas do celular de Zampieri.
O STF, no entanto, esclareceu que o ministro Nunes Marques não tem qualquer vínculo com os envolvidos e classificou as tentativas de aproximação como um "estelionato". O ministro emitiu uma nota negando conhecer Andreson ou qualquer um dos outros investigados, afirmando que nunca houve troca de mensagens ou encontros entre eles. Ele expressou indignação com o uso indevido de seu nome e informou ter solicitado providências ao relator do caso, ministro Cristiano Zanin.
Nunes Marques ressaltou que as informações divulgadas são uma tentativa falsa de associar seu nome a práticas ilícitas. A análise das mensagens segue sob responsabilidade do procurador-geral da República, Paulo Gonet, mas o ministro não é alvo de investigação.
Andreson, que se apresentava como advogado, apesar de não ser registrado na OAB, atuou nos bastidores de processos no STF em que sua esposa, Mirian Ribeiro Gonçalves, foi constituída como advogada. Esses processos envolviam desembargadores de Mato Grosso que buscavam reverter penalidades aplicadas pelo CNJ.
Embora tenha trocado mensagens com Zampieri, nas quais apareceu como intermediário, não foram encontradas evidências de informações privilegiadas em relação aos processos sob a relatoria de Nunes Marques, assim como em outros casos em que o lobista atuou no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no STJ.
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