O juiz Flávio Miraglia Fernandes determinou que a empresária Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor, acusada de mandar matar o marido Toni Flor para ficar com a herança, enfrente o júri popular. Além dela, Igor Espinosa, Wellington Honoria Albino, Dieliton Mota da Silva, Sandro Lucio e Ediane Aparecida da Cruz Silva também serão submetidos ao Tribunal do Júri pelo crime.
De acordo com o documento, o magistrado ainda manteve a prisão cautelar dos denunciados, exceto de Sandro Lúcio. Na pronúncia, o magistrado ainda relembrou que no decorrer da investigação da morte do marido, ela apresentou traços de dissimulação.
"Ademais, é relevante rememorar a dissimulação ostentada durante os trabalhos investigativos, com entrevistas e carreata, de modo que a revogação da segregação cautelar trará embaraços processuais, seja pelo temor ostentado por um dos codenunciados ou pela vulnerabilidade dos depoimentos que serão prestados pelas testemunhas, visto que esta fase se trata apenas de admissibilidade da acusação.", disse.
Ana Cláudia deverá responder por homicídio qualificado por motivo torpe, por dificultar a defesa da vítima, ser contra o cônjuge e concurso de agentes. Já Igor responderá por homicídio qualificado cometido mediante pagamento e dificultar a defesa da vítima.
Wellington e Dieliton por homicídio qualificado mediante promessa de recompensa e por dificultarem a defesa da vítima. Já as qualificadoras de Ediane serão por motivo torpe, dificultar a defesa da vítima e concurso de agentes. Sandro Lucio irá responder por falso testemunho.
"Expeça-se, pois, o necessário e, preclusa a decisão de pronúncia, certifique-se e encaminhem-se os autos, acompanhados dos objetos eventualmente apreendidos, ao Excelentíssimo Juiz Presidente do Tribunal do Júri desta Comarca, nos termos do art. 421[2], do CPP.", finalizou.
MORTE DO EMPRESÁRIO
Toni morreu no dia 11 de agosto de 2020, no momento em que chegava à academia, no bairro Santa Marta, em Cuiabá. O atirador estava em frente ao estabelecimento, de cabeça baixa e perguntou pelo nome da vítima, que, quando respondeu, foi alvejada por diversos disparos.
O empresário correu para o interior da academia, sendo socorrido e encaminhado para o Pronto Socorro Municipal, com quatro ferimentos de arma de fogo. Toni chegou ao hospital consciente, sendo encaminhado imediatamente para cirurgia, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.
Durante a investigação, foi constatado que o crime foi encomendado, mediante oferta de pagamento no valor R$ 60 mil, mas a esposa teria repassado somente R$ 20 mil aos contratados. Verificou-se também que o executor gastou todo o dinheiro em festas no Rio de Janeiro. Consta nos autos, que os detalhes do crime foram discutidos em reunião virtual via WhatsApp.
Toni e Ana Claudia estavam casados há 15 anos, tendo inclusive três filhas. O casamento, no entanto vinha passando por conturbações por conta dos relacionamentos extraconjugais de Ana Cláudia. Alguns dias antes de ser morto, Toni teria anunciado a intenção de se separar.
Com receio de perder a herança, Ana Cláudia, segundo o Ministério Público (MPMT), teve a ideia de assassinar o marido e contou sobre a intenção para a manicure Ediane Aparecida da Cruz Silva. Entretanto, Ana teria dito que sofria violência doméstica.
Depois de saber sobre o intuito de Ana, Ediane passou o contato de Wellington Honório para a esposa da vítima e ambos combinaram a morte de Toni pelo valor de R$ 60 mil. Logo depois, Wellington contou sobre o crime a Dieliton Mota da Silva, 25 anos, e os dois contrataram Igor Espinosa para cometer o crime.
Igor cumpriu o combinado e executou Toni com quatro tiros em frente a uma academia no bairro Santa Marta, em Cuiabá. Após o crime, ele recebeu o valor de R$ 20 mil e mudou para o Rio de Janeiro (RJ). Entretanto, Wellington e Dieliton não receberam o valor combinado.
QUEIMA DE ARQUIVO
Igor Espinosa foi preso no dia 10 de agosto, após ter sido apontado como o autor dos disparos que mataram Toni. Segundo investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ana Cláudia tinha o intuito de assassinar Igor depois que ele matasse o marido dela.
INTENSO SOFRIMENTO AOS FILHOS
Ana Cláudia Flor recorreu à Justiça alegando que as filhas dela estão sendo submetidas a "intenso sofrimento", por não estarem convivendo com a mãe e, por esse motivo, tentou que fosse concedida sua prisão domiciliar. Entretanto, o promotor de Justiça Samuel Frungilo reforçou que a empresária é a única responsável pelo sofrimento das filhas. O promotor pontuou ainda que "nem o amor pelas próprias filhas foi capaz de impedi-la de praticar o odioso crime de homicídio."
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