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Justiça Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024, 16:32 - A | A

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Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024, 16h:32 - A | A

OPERAÇÃO GOMORRA

Investigações apontam participação de prefeitos em fraudes supostamente cometidas por ex-delator

No entanto, o documento não revela quem seriam os chefes do Executivo que ordenavam as despesas e facilitavam a ilicitude cometida pelo grupo, que tem contratos firmados com mais de 100 prefeituras do Estado e Câmaras Municipais

SABRINA VENTRESQUI
Da Redação

Inquérito Policial que deu origem à Operação Gomorra, deflagrada nesta quinta-feira (7), aponta que a organização criminosa supostamente capitaneada por Edézio Corrêa e seu núcleo familiar só obteve êxito, em tese, por ter participação de prefeitos de Mato Grosso. No entanto, o documento não revela quem seriam os chefes do Executivo que ordenavam as despesas e facilitavam as supostas ilicitudes cometidas pelo grupo, que tem contratos firmados com mais de 100 prefeituras do Estado e Câmaras Municipais.

A ação do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) investiga fraude em licitações cometidas pelas empresas da família. São elas: Centro América Frotas Ltda, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda, Pantanal Gestão e Tecnologia Ltda e Pontual Comércio Serviços Terceirizações Ltda.

Edézio Correa, sua esposa Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, seus sobrinhos Roger Correa Da Silva, Waldemar Gil Correa Barros, Janio Correa Da Silva, sua irmã Eleide Maria Correa e a empresária Karoline Quatti Moura foram alvos de mandado de prisão e busca e apreensão na Operação Gomorra. A prefeita de Barão de Melgaço (68 km de Cuiabá), Margareth Gonçalves da Silva (UB), onde as irregularidades se concentravam, também foi alvo de busca e apreensão. 

Segundo o Naco, as empresas investigadas atuam em diversas segmentos, sempre com foco em fraudar a licitação e disponibilizam desde o fornecimento de combustível, locação de veículos e máquinas, fornecimento de material de construção até produtos e serviços médico-hospitalares.

A identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas no período de 2020 até os dias atuais. Foi verificado, durante a investigação, que outras empresas que haviam participado dos certames tinham como sócios pessoas do mesmo núcleo familiar do proprietário da empresa Centro América Frotas. Além disso, algumas delas sequer possuem atividade empresarial em funcionamento.

Nos últimos cinco anos, os montantes pagos às empresas chegam à cifra de R$ 1,8 bilhão, conforme dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Além do envolvimento de chefes do Executivo, vereadores de Barão de Melgaço também recebiam propina através de notas fiscais adulteradas. Os parlamentares ainda eram beneficiados por um 'cartão coringa’ da Centro América Frota, para que abastecessem seus veículos às custas da empresa investigada. O “cartão coringa” era utilizado como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço no município.

"A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso recebeu, via e-mail, denúncias, acompanhadas de documentos, informando que, no âmbito da Prefeitura Municipal de Barão de Melgaço/MT, supostamente estaria ocorrendo um esquema de adulteração de notas fiscais, bem como que a Prefeita de Barão de Melgaço/MT abastece os veículos de todos os vereadores com um cartão coringa da Centro América Frotas, bem como paga propina aos vereadores através de notas adulteradas", traz trecho da decisão que autorizou a Operação Gomorra, assinada pelo desembargador Hélio Nishiyama, divulgada pelo site Folhamax.

LEIA MAIS: Prefeita de Barão de Melgaço, ex-delator, irmã e sobrinho estão entre os alvos da Operação Gomorra

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