O juiz João Zibordi Lara, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo (673 km de Cuiabá), negou a absolvição do delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues e do investigador Marcos Paulo Angeli, mantendo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) contra eles e outros acusados.
De acordo com investigações da polícia, eles eram os líderes de um "gabinete do crime", onde negociavam fianças para soltar presos e recebiam propinas de garimpeiros que estavam sendo investigados pela Polícia Federal. Além disso, cobravam "diárias" para que detentos pudessem ficar em alojamentos reservados a policiais.
A defesa de Geordan requereu que as provas colhidas nas investigações contra ele fossem declaradas nulas, alegando que foram baseadas em interceptações ambientais de forma imprópria. De acordo com o pedido, essa modalidade de prova só deveria ser aceita "quando esgotadas outras alternativas investigativas". Já a defesa de Marcos Paulo Angeli apresentou pedido de absolvição, argumentando que a acusação se baseia em provas documentais insuficientes e potencialmente equivocadas.
“Para que se reconheça o que se pretende, mister a constatação de prova inequívoca de qualquer das causas mencionadas, de sorte que o nível de cognição que se exige é aquele de prova acima de qualquer dúvida razoável para que se prolate a sentença antes de iniciada a instrução probatória”, argumentou o juiz.
Assim, o juiz ratificou a denúncia contra os acusados, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, Marcos Paulo Angeli e outros réus, sustentando que havia indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes, e que a fase de instrução ainda necessitava de novas provas para a elucidação completa dos fatos. Além disso, manteve as medidas cautelares, que incluem o uso de tornozeleiras eletrônicas.
A audiência de instrução está marcada para 21 de fevereiro de 2025.
OPERAÇÃO DIAPHTHORA
A Operação Diaphthora foi deflagrada em abril de 2024 em Mato Grosso para investigar um esquema de corrupção envolvendo policiais civis, advogados e garimpeiros. A operação focou em crimes como corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa e assessoramento de segurança privada.
O ex-delegado Geordan Fontenelle Rodrigues e o investigador Marcos Paulo Angeli foram os principais alvos da operação. Eles foram acusados de receber propina de garimpeiros para liberar bens apreendidos e exigir pagamentos para decisões favoráveis em procedimentos criminais. Ambos foram presos preventivamente, mas foram soltos posteriormente com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de sair do país.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.