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Justiça Quarta-feira, 25 de Setembro de 2024, 15:48 - A | A

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Quarta-feira, 25 de Setembro de 2024, 15h:48 - A | A

PATRIMÔNIO MILIONÁRIO

Empresário usou filha de 22 anos como laranja em desvios de R$ 28 mi na Seaf, aponta decisão

Ana Caroline teria cedido a Alessandro Nascimento plenos poderes para movimentação de suas contas bancárias e imóveis

ANDRÉ ALVES
Redação

A Operação Suserano, que investiga prejuízos de mais de R$ 28 milhões ao Estado por meio do superfaturamento na compra de 'kits agrícolas', demonstrou que um dos alvos, o empresário Alessandro do Nascimento, usou a própria filha, Ana Caroline Sobreira Ormond do Nascimento, de 22 anos, como laranja no esquema. As investigações revelaram a movimentação de milhões de reais, principalmente através das empresas Tupã Comércio e Representações e Tubarão Empreendimentos, nas quais Alessandro exercia papel central, embora não fosse formalmente o proprietário.

De acordo com os relatórios de inteligência financeira e investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), Ana Caroline aparece como proprietária formal de diversos bens, incluindo três veículos e oito imóveis, somando mais de R$ 5 milhões. No entanto, as investigações apontam que esses bens são geridos por seu pai, Alessandro, por meio de procurações públicas que lhe conferem amplos poderes sobre os ativos da filha, permitindo a administração total de suas contas bancárias, imóveis e demais patrimônios.

LEIA MAIS: Influenciadora alvo de operação na Seaf acumula R$ 5 milhões em bens

Ana Caroline teria cedido ao pai o controle completo de sua vida financeira, o que, segundo as investigações, foi fundamental para que Alessandro pudesse movimentar grandes somas de dinheiro sem ser o titular formal das empresas envolvidas nos esquemas de fraude. As movimentações financeiras investigadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostraram que as contas em nome de Ana Caroline foram utilizadas para transações suspeitas, ligando-a diretamente ao esquema.

“Ana Caroline Sobreira Ormond do Nascimento forneceu a seu pai, Alessandro do Nascimento, amplos poderes para gerir suas contas bancárias, bens móveis e imóveis em seu nome, além de poder transigir em tudo que diz respeito à sua vida administrativa e/ou financeira. Conforme se verifica das procurações públicas outorgadas, ela seria proprietária da empresa KSH (Tubarão), que, no entanto, é administrada por seu pai, Alessandro, sendo que grande montante de valores foi movimentado nas suas contas bancárias”, escreveu o juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que deflagrou a operação nesta terça-feira (24), que tem como principal alvo o ex-secretário Estadual de Agricultura Familiar, Luluca Ribeiro. 

ADMINISTRADOR OCULTO

Alessandro do Nascimento é apontado como o verdadeiro administrador e beneficiário das empresas Tupã Comércio e Tubarão Empreendimentos, usadas para receber recursos vultuosos do Programa Nacional de Turismo Rural (Pronatur). Mesmo sem figurar formalmente como proprietário, Alessandro teria utilizado sua influência e o controle sobre as empresas para movimentar milhões de reais, repassando quantias significativas para contas associadas a ele e a outros investigados, como Diego Ribeiro de Souza e Vlasviane Cleide Sacomani Araldi, também mencionados nos relatórios.

O domínio eletrônico da empresa Tupã Comércio foi registrado por Alessandro, e ele também figura como procurador constituído da empresa com poderes irrestritos, o que reforça a tese de que ele atuava como "sócio oculto". Alessandro estaria utilizando laranjas, incluindo Euzenildo Ferreira da Silva, que figura como proprietário formal de algumas das empresas envolvidas no esquema.

“Em pesquisas para encontrar o vínculo entre Alessandro do Nascimento e a empresa Tupã Comércio e Representações, verificou-se que Alessandro foi o responsável pelo registro do domínio do sítio eletrônico da empresa (tupaferramentas.com.br). Além disso, constatou-se que Alessandro do Nascimento é procurador constituído da empresa Tupã Comércio e Representações, com amplos poderes para administrar a empresa, sendo ele a única pessoa com poder para substabelecer tais poderes a quem quer que seja”, diz um trecho da decisão que deflagrou a operação.

Outro ponto destacado nas investigações foi a vida luxuosa de Alessandro e sua filha Ana Caroline, evidenciada pelas redes sociais. A família frequentava destinos internacionais e ostentava um padrão de vida incompatível com as declarações patrimoniais oficiais. As investigações também revelaram uma conexão próxima entre Alessandro e Wilker Weslley, Diretor-Presidente do Pronatur, que teria facilitado as transações financeiras suspeitas entre as empresas envolvidas no esquema.

“Observa-se nos relatórios que, ao analisarem as redes sociais de Alessandro do Nascimento e de sua filha, Ana Caroline Ormond do Nascimento, constatou-se que a família leva uma vida luxuosa com viagens internacionais. Além disso, foi verificado forte indício de vínculo de amizade entre Wilker Weslley, Diretor-Presidente do Pronatur, com Alessandro do Nascimento e sua esposa, Herley Nascimento”, considerou o juiz.

LEIA TAMBÉM: Investigações na Seaf revelam saques de R$ 4,4 milhões em espécie após recebimentos do Pronatur

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