O desembargador Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), negou o pedido de liminar em Habeas Corpus feito por Wander Aguilera Almeida, esposo da empresária e acusada de estelionato, Taiza Tosatt Eleoterio. Almeida foi preso preventivamente em 31 de outubro de 2024, quando ele e a “musa” dos investimentos pousaram em Sinop (480 km de Cuiabá) após uma viagem ao Nordeste.
Wander é suspeito de contrabando de produtos proibidos de comercialização no Brasil, além de porte ilegal de arma de fogo. Durante busca na residência do casal, foram encontrados uma variedade de anabolizantes, como Durasteton, Trembolona, Stanozolol e Oxandrolona.
A defesa alegou constrangimento ilegal, argumentando a ausência de indícios suficientes de autoria e materialidade, a ausência de individualização das condutas e a falta de fundamentação na decisão de prisão preventiva. Afirmou ainda que as munições apreendidas em sua residência pertencem ao ex-esposo de Taiza, que é Policial Federal.
“Atento aos argumentos defensivos, diante da complexidade dos fatos trazidos, nesta ação constitucional, mostram-se imprescindíveis as informações a serem fornecidas pelo juízo a quo para uma análise mais acurada dos elementos de convicção constantes dos autos, a fim de se verificar a alardeada existência de constrangimento ilegal”, destacou Rodrigues.
Apesar dos argumentos, o desembargador entendeu que não havia elementos suficientes para a concessão imediata da liminar. A decisão apontou que a análise do caso exigia mais informações do juízo da Comarca de Sinop, antes de qualquer deliberação mais profunda. O magistrado determinou que a autoridade coatora apresentasse as informações no prazo de cinco dias.
“Estou convencido de que a antecipação da liminar configuraria medida desaconselhada, fazendo-se prudente, antes, as informações da Autoridade Coatora e a coleta do parecer da Procuradoria-Geral de Justiça para que, posteriormente, o Habeas Corpus possa ser submetido ao crivo do colegiado”, finalizou o desembargador.
GOLPES MILIONÁRIOS
Wander também é suspeito de fazer parte do esquema liderado por Taiza Tosatt Eleoterio, que ludibriava investidores. Também são investigados os médicos Diego Flores e o policial federal e ex-marido de Taiza, Ricardo Ratola. Segundo a Polícia Civil, a empresária utilizava as redes sociais para atrair suas vítimas, apresentando-se como uma jovem bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.
Ela convencia as pessoas a realizarem investimentos de alto valor, superiores a R$ 100 mil, em ações, por meio de promessas envolventes de retornos diários que variavam de 2% a 6%, dependendo do montante aplicado. Dessa forma, instaurou um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
Nos primeiros meses, as vítimas recebiam os lucros prometidos, sendo incentivadas a reinvestir. No entanto, com o tempo, a empresa começou a atrasar os pagamentos. Ao pedirem a devolução dos valores investidos, Taiza apresentava diversas desculpas e, eventualmente, passou a ignorar completamente as solicitações das vítimas.
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Critico 11/11/2024
TJMT SOB SUSPEITA
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