O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, deu prazo de 15 dias para que o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) apresente provas contra o juiz Wladymir Perri, alvo de representação no Conselho Nacional de Justiça. No documento protocolado pelo MP, o órgão ministerial levantou suspeitas sobre a condução do processo relativo à apuração do homicídio do advogado Roberto Zampieri na 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
O Ministério Público questionou a atitude do magistrado em permitir acesso irrestrito ao conteúdo extraído do celular da vítima e, posteriormente, decretar sigilo aos autos. De acordo com o MP, Perri também determinou à polícia que qualquer material a ser entregue pela autoridade policial deveria ser protocolada de forma física na Secretaria da Vara.
Dessa forma, teriam sido apresentados documentos lacrados ao Judiciário e sem que houvesse o acompanhamento das partes, foram violados os envelopes que continham o HD com os dados celulares e a agenda da vítima. Também não foi acostado aos autos o resultado das análises desse material.
"Fato é que causa estranheza e perplexidade a conduta do Magistrado WLADYMIR PERRI em: 01. Autorizar o amplo acesso aos objetos apreendidos para, incontinenti, restringir e determinar que a Autoridade Policial os apresentasse exclusivamente a ele, inclusive relatórios técnicos, por meio físico; 02. Decretar sigilo dos autos, fora das hipóteses legais e regulamentares; 03. Promover o deslacre do material apreendido outorgando a si a exclusividade de irrestrito acesso a ele", diz trecho da representação.
Analisando as informações, o corregedor nacional reconheceu a gravidade dos fatos narrados, mas ponderou que mais elementos comprobatórios devem ser juntados aos autos. Diante disso, deu 15 dias para que o MPMT indique mais elementos que corroborem com as acusações.
Diante das informações e considerando o sigilo do processo acerca da morte de Zampieri, Luis Felipe Salomão também determinou que a representação no CNJ tramite de forma sigilosa.
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