Edgar Ricardo de Oliveira, acusado da chacina que deixou sete vítimas em Sinop (480 km de Cuiabá), alegou que os eventos que culminaram no crime foram motivados por uma suposta conspiração envolvendo amigos e disputas em jogos de sinuca. As declarações foram dadas em depoimento no Tribunal do Júri nesta terça-feira (15).
Durante o depoimento, Edgar acusou Bruno, um antigo amigo e dono do bar onde aconteceu o massacre, de estar armando um assalto contra ele, pois sabia que Edgar costumava carregar dinheiro aos finais de semana. Na fase de instrução do processo, Edgar já havia dado outra justificativa: a de que os amigos estariam debochando dele por conta de um suposto caso extraconjugal da esposa.
"Bruno e eu éramos amigos há anos. Já viajamos juntos para Tangará da Serra", disse ele. A inimizade entre os dois teria começado durante essa viagem, quando Edgar descobriu que seu telefone havia sido clonado por Bruno, que teria usado o acesso para monitorar suas mensagens e movimentações financeiras.
No entanto, Edgar não conseguiu comprovar essa clonagem nem arrolou o suposto técnico de informática que teria identificado o crime como testemunha. Ele também não fez nenhum boletim de ocorrência sobre o ocorrido.
O réu afirmou que Ezequias, dias antes do crime, havia perdido R$ 4 mil em um jogo no bar de Bruno e acreditava que Bruno, Josué e Getúlio estavam conspirando contra ele e Ezequias. Edgar também mencionou que o bar de Bruno era protegido pelo Comando Vermelho, o que, segundo ele, lhe dava uma sensação de segurança, de que lá seu dinheiro não seria roubado.
A situação teria se agravado no dia do crime, quando Orisberto, outro frequentador do bar, teria jogado um maço de cigarro em Edgar e mostrado uma arma. Irritado, Edgar deixou o local, mas retornou armado após receber várias ligações de Bruno, insistindo para ele voltar ao bar. "Peguei a pistola e uma espingarda calibre 12 porque ia para minha chácara caçar porcos, mas fui ao bar", relatou.
Edgar afirmou que voltou ao bar com a intenção de apenas jogar com Getúlio, mas disse que Bruno continuava a fazer provocações. "Sou jogador, voltei ao bar e chamei Getúlio. Quem fazia toda a ladainha era o Bruno", contou. Edgar também disse que, apesar de não ter intenção de matar Orisberto, sentiu-se ameaçado por ele em mais de uma ocasião.
O réu admitiu que, após consumir cocaína, perdeu o controle dos seus atos e não se lembra claramente do que aconteceu após os tiros, recuperando a consciência apenas em uma área rural. No entanto, afirmou que pediu para o Ezequias colocar as vítimas contra a parede para se defender, pois sabia que Orisberto estava armado. "Depois que cheirei, não vi mais nada, só voltei a mim na Gleba", afirmou. "Eu não roubei ninguém, eu me sinto envergonhado de ser taxado como um assaltante", lamentou.
AS VÍTIMAS
Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos
Getulio Rodrigues Frazão Junior, pai de Larissa,
Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos
Josué Ramos Tenório, 48 anos
Elizeu Santos da Silva, de 47 anos
Adriano Balbinote, de 46 anos
Orisberto Pereira Sousa
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