"A gente caminha cada vez mais para uma discussão sobre como é que está essa composição da inflação, o que está acontecendo com serviços, como é que está se dando essa depreciação cambial para bens industriais, como está o repasse cambial", disse Guillen, em uma live da Bradesco Asset.
Citando a carta aberta do BC sobre o descumprimento da meta de 2024, divulgada na sexta-feira, 10, o diretor destacou que os preços de alimentação no domicílio foram pressionados pelo ciclo do boi, depreciação cambial e fatores climáticos. Os bens industriais já refletiram parte da depreciação cambial, e será importante monitorar esse repasse daqui para a frente.
"E aí eu acho que uma discussão grande sobre como é que vai se dar esse processo da desinflação de serviços. Você tem expectativa desancorada, você tem um mercado de trabalho muito dinâmico. Então, como é que vai ser essa velocidade da desinflação de serviços, eu acho que é um tema super importante, a gente tem discutido isso sempre nas comunicações", acrescentou Guillen.
O diretor citou a desancoragem das expectativas como um ponto de preocupação. Ele destacou que parte do aumento nas projeções de inflação do mercado, no ano passado, respondeu a incertezas sobre o futuro das políticas fiscal e monetária, especialmente após a decisão dividida do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio.
"Acho que foi endereçado o ruído que houve da reunião de maio, acho que todos os argumentos foram mostrados de que foi uma decisão técnica e tudo", disse ele. "E agora, no período mais recente - a partir de outubro, novembro -, a gente vê uma desancoragem adicional para os horizontes mais longos também. E é como a gente tem falado, essa desancoragem aumenta o custo da desinflação."
(Com Agência Estado)
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