Ao tomar posse do mandato de vereador em Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), voltou atrás do compromisso de apontar nomes de políticos envolvidos com o crime organizado. Durante a primeira sessão da Câmara, Ranalli desmentiu a si próprio, negando que tenha prometido "dar nomes aos bois".
Ranalli é escrivão da Polícia Federal e durante a campanha em 2024 pegou embalo na Operação Ragnatela. O inquérito investigou o ex-vereador Paulo Henrique (MDB) por suposta participação em esquema de lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho e o agente da PF, à época, candidato, se utilizou do inquérito para crescer politicamente.
"Acho que tenho que recordar. Nunca falei que iria entregar nomes. Eu falei que iria falar os nomes? Eu não recordo", falou Rafael Ranalli nesta terça-feira (7).
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Recém-inserido no jogo político, o vereador justificou que o "quadro é maior" do que ele mesmo imaginava, sendo muito além de eleitos no Legislativo de Cuiabá. Agora, a missão de Ranalli é "se blindar"
"Não é uma fotografia de momento é um quadro maior. Você já tinha vereador envolvido com o Comando, você já tinha candidatos por todo Mato Grosso e Brasil. Até na nacional as facções estão envolvidas. Acho que a gente tem que se blindar", disse à imprensa.
Pressionado, o vereador reagiu, tentando intimidar os jornalistas lembrando que é formado em Direito e, em tom ácido, compartilhou que foi à Polícia Civil para dar depoimento e que agora a responsabilidade é da corporação. Como vereador, o que ele se voluntariou a sugerir, é uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
"Sou formato em Direito, ninguém aqui é débil mental. Eu falei que vou levar a cabo as denúnias que recebi. Fica a cabo da polícia. O que falei é que vou ir na Polícia Federal. Na Civil, já fui, já dei o meu depoimento, tanto é que olha o movimento que está tendo no governo estadual com o Tolerância Zero. Aqui dentro vou ver um meio do que pode virar, quem sabe uma CPI da segurança", finalizou.
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