O governador Mauro Mendes (União Brasil) convocou uma reunião entre o secretário de Estado de Segurança (Sesp-MT), César Roveri, e o prefeito eleito em Cuiabá, Abilio Brunini (PL), para discutir a suposta interferência do Comando Vermelho na eleição da Mesa Diretora da Câmara. Segundo Mauro, a declaração de Abilio é grave, porém, não é uma novidade. Mendes reiterou que há meses aponta as tentativas da facção criminosa de se infiltrar nos Poderes constituídos, patrocinando candidatos ao Legislativo, tentando projetar nomes a outros cargos no Executivo e Judiciário.
"A primeira providência é o nosso secretário de Segurança, já está pedido a ele aqui, está aqui o nosso prefeito, já está convidado prefeito para se reunir. Combinem uma agenda para conversar sobre esse assunto porque é grave essa interferência. Isso não é novidade para ninguém, não é só aqui em Cuiabá, é no Brasil inteiro que está acontecendo isso e temos que tomar providências a altura que o fato requer", propôs o governador, nesta sexta-feira (8), durante inauguração de prédio da Polícia Civil que concentrará cinco delegacias.
Abilio Brunini afirmou que sua equipe de transição recebeu formalmente a denúncia de um vereador que um colega de Câmara, candidato à presidência, teria oferecido R$ 200 mil para comprar voto. Segundo o prefeito eleito, o valor seria pago por uma liderança do CV ligada ao vereador Paulo Henrique (MDB), afastado após ser preso em operação da Polícia Federal que o acusa de participar de esquema de lavagem de dinheiro para a facção.
"É muito grave o que ele falou, a ousadia dos criminosos no Brasil não está assustando mais ninguém. As facções criminosas estão avançando fortemente como crime organizado enquanto o Estado brasileiro bate cabeça", disparou o governador.
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Mauro citou reunião com o presidente Lula (PT) com os 21 governadores para discutir que Mato Grosso foi representado pelo vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicanos), pois Mendes cumpria missão internacional em Londres, na Inglaterra, e em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O governador criticiou a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública apresentada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Ele acredita que Lula deveria ser mais incisivo.
"Estava fora do país, retornei ontem, vi com muita alegria uma convocação do nosso presidente para nossos governadores. Eu estava fora, mas o nosso vice-governador, Otaviano Pivetta, foi. Ao ler a Proposta de Emenda Constitucional, não há nada que, ao meu ver, vá contribuir de forma decisiva para mudar esse cenário", observou.
"É como se tivéssemos um paciente em câncer que é o crime organizado e estamos falando de dar uma Neosaldina, uma Dipirona e um remédio para dor. Não é isso que vai resolver", completou o governador.
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