O ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller (PP), afirmou que não retornará ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) enquanto o ministro Carlos Fávaro (PSD) comandar a pasta. Neri foi exonerado do cargo quando vieram à tona suspeitas de fraudes no leilão do arroz. Segundo Geller, ele foi chamado para voltar ao staff do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porém, reassumir a sua posição no Mapa está descartado.
"Já me chamaram, mas para o Ministério de Agricultura, não. Não volto em nenhuma hipótese. O que quero é que o Fávaro, que é mato-grossense e o conheço há 30 anos, faça um bom trabalho, mas comigo ele não conta mais. Enquanto o Ministério da Agricultura estiver sob o comando do Fávaro eu não volto em hipótese nenhuma", disparou Neri Geller à Jovem Pan Cuiabá nesta quarta-feira (10).
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O filho de Neri, Marcelo Geller, foi associado a Robson França, proprietário da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso, ex-assessor de Neri Geller. A desconfiança é que o ex-secretário teria repassado informações privilegiadas sobre o leilão, facilitando o arremate de lotes. Marcelo esclareceu que não era mais sócio de Robson quando as transações foram feitas.
Neri Geller destacou que durante as tratativas pelo leilão, aconselhou que o certame não fosse promovido pois o país tinha estoque suficiente de arroz.
"Não saí atirando em ninguém, o Fávaro não agiu de má-fé. Mas ele não agiu correto comigo, como parceiro dele, como secretário de política agrícola, quem tem serviço prestado, que não se omitiu, que chamou a responsabilidade. Fui ao ministro Fávaro, conversei, chamei a responsabilidade, disse que assumiria a responsabilidade e que sabia do imbróglio", falou Geller.
Diante da polêmica, Lula recomendou o desligamento de Neri a Fávaro para amenizar o impacto negativo sobre as ações do governo federal. O ex-secretário reiterou que enquanto a questão era tratada internamente tentou argumentar que não havia como interferir no processo do leilão, uma vez que o ministro era quem conduzia a organização do certame.
"Não tem uma vírgula de erro, nada de ilegal, se tivesse alguma coisa, eu teria falado que iria sair por 30 dia ... mas não tem vínculo nesse caso do edital com a Secretaria de Política Agrícola. Primeiro que foi ele (Carlos Fávaro) que conduziu o processo. Segundo que o orçamento não é nosso. Eu dei as informações técnicas da produção e fiquei contra", explicou.
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