O prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), esteve na Câmara Municipal para tentar adiar votações de seu interesse como as mudanças no Plano Diretor da cidade e a concessão do Aquário Municipal. O liberal questionou a inclusão dos projetos em pauta, uma vez que já havia um acordo para que as propostas só fossem analisadas depois de 1º de janeiro, quando Abilio assume o Alencastro. Para Abilio, a antecipação das discussões foram quase uma 'declaração de oposição' do atual presidente da Câmara, seu correligionário, Chico 2000 (PL).
"Hoje estavam algumas pautas que me preocupavam. A concessão do aquário que eu não sabia para quem estão querendo conceder e por que estão querendo fazer isso na última sessão do ano. Tinha uma questão que estávamos vendo uma movimentação sobre o Plano Diretor e colocaram em pauta um projeto que criava um novo espaço para o Distrito Ambiental. Pautas que criaram um alerta e tive que vir conversar com os vereadores porque são pautas que já tinham sido discutidas que não entrariam em pauta nesse momento", falou Abilio à imprensa.
Outro ponto crítico foi a previsão de votação do orçamento. Abilio havia pedido aos vereadores que também adiassem a apreciação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para depois de 1º de janeiro. O prefeito eleito atribuiu a quebra dos acordos a um movimento de Chico 2000, que apesar de correligionário de Abilio, tem se distanciado cada vez mais do bolsonarista.
O ponto nevrálgico do desconforto entre os dois é a eleição da Mesa Diretora. Abilio endossou a novata Paula Calil (PL) à presidência numa chapa só de mulheres. Chico ficou descontente não só com a conjuntura, mas com o fato de que não foi incluído nas conversas do partido sobre a escolha dos novos 'chefes' da Câmara. Agora, ele, que é o atual presidente da Casa, também pleteia sua permanência no cargo.
"Eu entendi que foi uma ação do próprio Chico 2000 e não entendi por que ele fez isso. Já estava conversado que não entraria em pauta. Como ela tomou essa decisão, vim conversar com os vereadores para saber o que podia fazer", indicou Abilio.
Apesar de ver o correligionário na oposição, o prefeito eleito minimizou e disse que a situação é 'normal'. "Eu acho que não cabe uma questão partidária nesse sentido. É uma questão da atuação parlamentar. A atuação dele é diferente da atuação dos demais vereadores. Dentro de um partido existem pessoas com pensamento diferente", finalizou.
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