Execuções motivadas por gestos em fotos publicadas nas redes sociais e que fazem alusão à facções criminosas têm se tornado cada vez mais comuns e gerado temor na população. Em Mato Grosso, a morte brutal das irmãs Rithiele Alves Porto e Rayane Alves Porto, praticada no dia 14 de setembro de 2024, em Porto Esperidião (320 km de Cuiabá), assustou moradores de todo o Estado. Isso porque, as jovens foram torturadas e assassinadas a facadas por uma foto publicada no Instagram em que aparecem fazendo o número ‘três’ com as mãos, símbolo associado ao Primeiro Comando Capital (PCC), rival do Comando Vermelho (CV), cujo domínio avança por Mato Grosso.
Para entender a motivação por trás desses crimes brutais, o HNT procurou o delegado da Polícia Civil, Edison Pick, lotado na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Na avaliação de Pick, é necessário avaliar o contexto em que as possíveis vítimas estão inseridas. Conforme a autoridade policial, os membros de facção não fazem uma investigação aprofundada no alvo, apenas olham o aparelho celular e se encontrarem alguma foto que faça referência a grupos rivais, a pessoa pode ser ‘decretada’ e executada pelo Tribunal do Crime.
“Eles [faccionados] não fazem uma investigação muito aprofundada. Pegam seu celular, olha, o que que tem e acabou. Vai depender do seu relacionamento, aonde você convive, aonde você vai, o que você faz”, reiterou.
CADA CABEÇA UMA SENTENÇA
O delegado não desaconselha e nem orienta a fazer gestos nas fotos. Pick reforçou que a decisão é pessoal, mas antes de tomá-la, é prudente avaliar o próprio contexto para, eventualmente, evitar situações de risco.
Homicídios desta modalidade, inclusive, não são exclusivos de Mato Grosso. Recentemente, o assassinato do adolescente Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, na cidade turística de Jericoacoara (CE), por fazer o número ‘três’ com as mãos e publicá-la nas redes sociais, chocou o país.
Para o delegado, a solução para frear o avanço do crime organizado é o endurecimento das leis.
“O jeito é mudar a legislação. Eu prendo hoje, a Justiça solta amanhã. Quer um caso concreto? O dia que roubaram minha caminhonete. Estava em frente ao hospital, mal estava andando. Levaram da porta da clínica Gênesis. Uma quarta às 11 horas, no Bosque da Saúde. Dois dias depois, o Gefron me ligou, prenderam os caras. O promotor pediu a conversão da prisão [em preventiva], mas o juiz colocou os caras em liberdade, sendo que um deles estava na quinta prisão”, relatou.
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