O delegado Edison Pick, responsável pelo inquérito sobre a morte da cantora Laysa Moraes Ferreira, conhecida como MC La Brysa, mantém a linha de investigação que aponta possível envolvimento de facções criminosas no caso. Apesar disso, amigos e familiares questionam o andamento das apurações. Na sexta-feira (10), movimentos sociais fizeram manifestações em Cuiabá e no Mato Grosso do Sul para cobrar Justiça pela artista.
Até o momento, a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) não encontrou indícios de que MC La Brysa tivesse ligação com o tráfico de drogas ou outras práticas associadas a grupos criminosos. No entanto, a polícia acredita que fotos da cantora fazendo símbolos com as mãos podem ter servido como estopim para o crime.
Uma das hipóteses para a execução brutal era a de que La Brysa poderia ter sido 'decretada' pela prática de cabritagem, semelhantemente ao que aconteceu com a também cantora e suplente de vereadora em Sinop (500 km de Cuiabá), Santrosa. No entanto, no caso da MC, a PJC descartou a possibilidade.
Inicialmente, suspeitou-se que Santrosa teria sido morta por causa de sua identidade de gênero, já que ela era mulher transexual. No entanto, com o avanço das investigações, a polícia descobriu que ela estava vendendo drogas sem autorização do Comando Vermelho (CV), prática conhecida como ‘cabritagem’. Por isso, foi morta e decapitada pelos algozes. O corpo foi encontrado em uma região de mata em Sinop, no dia 10 de novembro.
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Já La Brysa foi encontrada morta no Rio Cuiabá por um pescador no fim da tarde de quinta-feira, 9 de janeiro. O corpo estava enrolado num tapete e com uma lata com concreto amarrada à vítima. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) atestou a causa da morte como afogamento.
A rapper desapareceu sem deixar vestígios no dia 3 de janeiro. Ela saiu da quitinete que morava no bairro Santa Isabel na Capital, deixando para trás todos seus pertences e o imóvel completamente destrancado. Também não havia sinais de arrombamento.
Para o delegado Edison Pick, que conduz as investigações, o crime tem assinatura de facção criminosa e é esta a linha de apuração que está sendo seguida pela DHPP. Contudo, ele descarta tráfico de drogas como possível motivação para o homicídio.
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Ao HNT, ele explicou que a morte foi praticada por motivo fútil, com emprego de violência e recurso que impediu a defesa da vítima. Porém, ela não foi baleada e nem teve a cabeça decapitada, como é o modus operandi nas execuções por ‘cabritagem’.
Até o momento, as autoridades acreditam que La Brysa tenha sido morta por fotos publicadas nas redes sociais, em que aparece fazendo o número ‘três’ com os dedos, frequentemente associado à facção criminosa Primeiro Comando Capital (PCC), rival do CV, grupo dominante em Mato Grosso. Além disso, ela era natural de Mato Grosso do Sul, estado chefiado pelo PCC.
“Tem todo o contexto. Mas assim, não dá pra nem afirmar que esse contexto seja o motivo da morte dela ainda. Mas é a linha da nossa investigação”, afirmou Pick, em entrevista ao HNT, nesta terça-feira (14).
O delegado reiterou que não foram encontrados indícios de que La Brysa possuía envolvimento com o crime organizado.
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