As investigações da Operação Sisamnes revelaram detalhes sobre a relação entre o desembargador João Ferreira Filho e o advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, corroborando as suspeitas de um esquema de corrupção envolvendo favores judiciais em troca de vantagens financeiras.
Os primeiros indícios de envolvimento do desembargador surgiram a partir de uma troca de mensagens entre ele e Zampieri, um mês antes de sua morte, onde é mencionada a entrega de um relógio da marca Patek Philippe. Segundo a investigação, o item de luxo seria uma contrapartida pela influência do desembargador em decisões judiciais.
A conexão entre os dois se intensifica no contexto do Agravo de Instrumento que tramitava na 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, da qual Ferreira Filho fazia parte. Embora Zampieri não fosse advogado das partes, registros indicam que ele atuava como intermediador, com influência direta sobre o desembargador. A comunicação entre Zampieri e o advogado Flaviano Taques, também investigado, sugere que o magistrado estava sendo pressionado a revisar decisões, com implicações financeiras substanciais.
Em 16 de novembro de 2023, a investigação revelou uma cobrança de R$ 250 mil relacionada a uma decisão favorável do desembargador, levantando ainda mais suspeitas sobre a prática de corrupção passiva. A transação financeira, que teria sido realizada por Flaviano, foi registrada em um comprovante bancário.
Outro episódio que intensifica as suspeitas sobre o envolvimento de Ferreira Filho em atos criminosos ocorreu em 2023, relacionado a outro Agravo de Instrumento, onde o desembargador novamente estaria sendo favorecido com presentes de alto valor, incluindo outro relógio Patek Philippe, por intermédio de Roberto Zampieri e Valdoir Slapak, outro suposto parceiro na trama.
Em 2019, em outro caso envolvendo a esposa de Andreson de Oliveira Gonçalves, advogado também investigado, há indícios de que Zampieri teria buscado a ajuda do desembargador João Ferreira Filho para manipular decisões judiciais, conforme evidenciado em conversas em aplicativo de mensagens.
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