O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), disse que, mais do que prender, é preciso apostar na ressocialização dos presos que estão no sistema. A afirmação nesta semana, durante o lançamento do Programa Tolerância Zero, foi feita em tom de apelo aos políticos e líderes de entidades relacionadas à Justiça e à Segurança de Mato Grosso presentes no evento.
O magistrado defendeu que é necessário, sim, reprimir duramente o crime organizado. Mas para uma mudança real na sociedade, é preciso não só da repressão, mas recuperação do que ele chamou de “primeira criminalidade”. Para evitar que, uma vez presos, eles se associam às facções criminosas.
“Eu faço um apelo. Já avançamos bastante no sistema prisional mato-grossense, agora precisamos avançar bastante ainda na ressocialização. Eu acredito particularmente, salvo psicopatas e sociopatas, eu acredito no homem. Eu acredito que ele pode se salvar sim. Jesus acreditou em todos, e eu não posso perder a esperança.”, defendeu Perri.
Para Perri, simplesmente “prender todo mundo” não faz sentido. Pelo contrário, ele classifica como crime um colocar juntos a pessoa que cometeu o primeiro delito e um faccionado.
Além disso, ele afirmou não fazer sentido lógico a teoria de encarceramento para todos os delitos, uma vez que não haveria vagas para todos. Em sua fala, o desembargador estimou existirem mais de 20 mil faccionados no estado e pelo menos 30 mil pessoas com mandados de prisão, e estão soltas em Mato Grosso. E apenas 12 mil vagas no sistema prisional.
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